Há cerca de 252 milhões de anos, o mundo estava a passar por um período tumultuoso de aquecimento global rápido.
Para se perceber o que o causou, os cientistas olharam para um evento em particular em que uma erupção vulcânica naquilo que agora é a Sibéria cuspiu enormes volumes de gases com efeito de estufa para a atmosfera. No entanto, há provas de que o clima já estava a mudar antes disto.
A temperatura da superfície do mar aumentou mais do que entre 6 e 8ºC nas centenas de milhares de anos que anteciparam a erupção na Sibéria. As temperaturas aumentaram novamente depois desta, tanto que 85%-95% das espécies vivas se extinguiram.
A erupção na Sibéria obviamente fez uma marca no planeta, mas os especialistas continuavam com dúvidas sobre o que causou o aquecimento inicial antes desta.
Uma nova pesquisa publicada na Nature, citada pelo site zap.aeiou.pt, revela que os vulcões antigos da Austrália tiveram um papel importante. Antes do evento na Sibéria, as erupções catastróficas no Norte de New South Wales cuspiram cinzas vulcânicas pela costa leste.
Estas erupções eram tão grandes que desencadearam a maior catástrofe climática de sempre – as provas das quais estão escondidas nas profundidades das espessas camadas de sedimentos na Austrália.
As uper erupções na Austrália foram uma mudança-chave no mundo antigo. Enquanto procuramos alcançar um clima mais habitável no futuro, quem diria que as pistas para uma catástrofe ambiental estavam enterradas sob os nossos pés?
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1068 de 18 de Maio de 2022.