Há pessoas que nunca ficam doentes. Estamos perto de saber porquê

PorExpresso das Ilhas,9 ago 2022 7:47

Em vez de tomar medicamentos que matam as bactérias e acabarão por se perder a eficácia com o surgimento de bactérias resistentes, um estudo sugere antes que se criem medicamentos que aumentam a tolerância à infecção.

Há pessoas que parecem nunca ficar doentes, mesmo quando são expostas a doenças contagiosas, como a covid-19. Um novo estudo publicado na Advanced Science procurou encontrar a resposta para este fenómeno.

Os investigadores identificaram, escreve o site zap.aeiou.pt, medicamentos que podem desenvolver girinos de rã-de-unhas-africana vivos mesmo na presença de bactérias letais e descobriram mecanismos genéticos e biológicos que melhoram a tolerância às doenças.

Dado que muitos destes mesmos processos também existem nos mamíferos, é possível que estas técnicas de criação de tolerância aos patogénicos possam ser usadas para o tratamento de infecções nos humanos e nos animais.

“A nossa pesquisa mostra que focar-nos em modificar a resposta de um hóspede a um patogénico em vez de se tentar matar o patogénico em si pode ser uma forma mais eficaz de se prevenir a morte e as doenças sem se exacerbar o problema da resistência aos antibióticos“, explica a autora principal Megan Sperry, citada pela mesma fonte.

A activação de respostas de stress está ligada à tolerância a doenças. Estas reacções celulares afectam a mobilidade dos ións de metal, que são essenciais para a sobrevivência das bactérias, e reprogramam as células T, o que diminui a quantidade de inflamação que causam, escreve o SciTech Daily.

A equipa queria ver se podia usar uma combinação de métodos computacionais e de experiências laboratoriais para saber quais são os genes e caminhos moleculares que controlam a tolerância nas rãs-de-unhas-africana.

Os embriões destas rãs foram expostos a seis espécies diferentes de bactérias patogénicas e foram analisados os padrões da expressão genética na resposta à infecção. Os embriões que foram expostos a bactérias mais agressivas sofreram mudanças visíveis no seu desenvolvimento 52 horas após a infecção e modificações generalizadas nos seus padrões de expressão genética um dia após a infeção, o que reflete as respostas fisiológicas dos animais a estes patogénicos.

Estes resultados são promissores já que é possível desenvolver medicamentos que tornam os organismos mais resistentes aos danos das infecções enquanto se evitam os efeitos secundários indesejáveis.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1079 de 3 de Agosto de 2022. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,9 ago 2022 7:47

Editado porAndre Amaral  em  9 ago 2022 7:47

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