A partir de dados recolhidos pelo Explorador de Polarimetria de Imagens Raios-X (IXPE, na sigla em inglês), um observatório espacial lançado no final de 2021, conta o jornal Público, uma equipa de investigadores oferece agora uma explicação para a grande luminosidade destes jactos de plasma: os electrões (partículas subatómicas) são estimulados por ondas de choque, que se movem a uma velocidade supersónica para longe do buraco negro.
Os investigadores estudaram um objecto exótico, um blazar, presente no centro de uma grande galáxia elíptica – a Markarian 501, a cerca de 460 milhões de anos-luz da Terra. Um ano-luz é a distância que a luz percorre durante um ano.
Estes blazares são um grupo dos quasares que são impulsionados por buracos negros supermaciços, por sua vez alimentados por gás e outros materiais no centro das galáxias. Os blazares lançam dois jactos de partículas para o espaço em direcções opostas e estão colocados de modo a que um destes dois jactos pareça avançar em direcção à Terra (mas apenas do nosso ponto de vista).
“Os blazares são um dos objectos mais brilhantes no Universo observável. E têm os buracos negros maiores e mais assustadores. Tudo o que acontece em torno dos blazares é fascinante”, diz Yannis Liodakis, do Centro Finlandês para a Astronomia, líder do trabalho agora publicado na revista científica Nature, citado pela mesma fonte.
Há muito tempo que os cientistas procuram perceber como é que estes jactos lançados pelos blazares se tornam tão luminosas e de que forma as partículas se comportam dentro destes raios de luz – são jactos que percorrem uma distância de um milhão de anos-luz.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1096 de 30 de Novembro de 2022.