Civilizações inteiras definiram os seus calendários pela Lua, à medida que surgia e desaparecia. Alguns animais usam a luz do Sol reflectida na superfície da Lua para ajudar na sua orientação.
Algumas teorias afirmam mesmo que a Lua pode ter ajudado a criar as condições que permitiram a vida no nosso planeta e até a dar início à vida na Terra, desde o primeiro instante.
A cada volta do seu balett espacial extraordinariamente equilibrado em volta da Terra, em círculos, mas sempre sem piruetas (o que explica porque vemos sempre o mesmo lado da Lua), ela vai está gradualmente a afastar-se do nosso planeta, num processo conhecido como “recessão lunar”.
Disparando lasers em direcção a reflectores instalados na superfície lunar pelos astronautas da missão Apolo, cientistas conseguiram recentemente medir com absoluta precisão a velocidade exacta de afastamento da Lua: 3,8 cm por ano.
Esta experiência foi aliás eternizada na televisão, no episódio “Lunar Excitation” da série The Big Bang Theory, no qual os personagens disparam um raio laser à Lua a partir do seu telhado.
E, à medida que isso acontece, os nossos dias vão ficando cada vez mais longos.
Podemos então esperar que, um dia, a Terra não tenha a sua Lua? Mesmo à velocidade actual de afastamento, não é provável que a Lua chegue a abandonar totalmente a Terra.
O trágico fim do Sol provavelmente ocorrerá muito antes, daqui a cerca de 5 a 10 mil milhões de anos. E a humanidade provavelmente terá sido extinta muito antes disso.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1113 de 29 de Março de 2023.