Cerca de 20.000 montanhas anteriormente desconhecidas acabam de ser descobertas num estudo de dados de satélites globais.
A descoberta, escreve o site zap.aeiou.pt, foi apresentada num artigo publicado na edição de Abril da revista Earth and Space Science.
As montanhas submarinas são conhecidas pela sua biodiversidade marinha, já que as suas paredes vulcânicas proporcionam uma vasta gama de habitats. Além disso, induzem a circulação de água rica em nutrientes, distribuindo compostos benéficos, como nitratos e fosfatos, por todo o oceano.
Os métodos tradicionais de descoberta de montanhas submarinas envolvem o uso de sonares para mapear o fundo do oceano. No entanto, este processo é caro e demorado, e apenas cerca de 20% do oceano foi mapeado desta forma.
A equipa de investigadores, liderada por Julie Gevorgian e David Sandwell, da Scripps Institution of Oceanography, recorreu a observações de satélite, que oferecem uma cobertura global dos oceanos, para fazer um “levantamento topográfico” do fundo do mar e identificar elevações submarinas até então desconhecidas.
Segundo a Science News, citada pela mesma fonte, os investigadores conseguiram determinar a altitude do fundo do mar, identificando saliências à escala de centímetros resultantes da influência gravitacional das montanhas submarinas.
Uma vez que a rocha é mais densa do que a água, a presença de uma montanha submarina altera ligeiramente o campo gravitacional da Terra num dado local, fazendo com que a água se acumule acima da montanha submarina.
Usando este método, a equipa identificou 19.325 montanhas submarinas anteriormente desconhecidas e confirmou a sua existência comparando algumas observações com mapas sonares do fundo do mar.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1118 de 3 de Maio de 2023.