Porque é que a explosão cósmica mais brilhante de todos os tempos foi tão excepcional?

PorExpresso das Ilhas,18 jun 2023 7:37

Poucas explosões cósmicas atraíram tanta atenção dos cientistas espaciais como a registada no dia 22 de Outubro do ano passado e apropriadamente designada como BOAT (Brightest of All Time).

O evento, produzido pelo colapso de uma estrela altamente massiva e o subsequente nascimento de um buraco negro, foi testemunhado como um clarão imensamente brilhante de raios gama, seguido de um lento desvanecimento de luz em todas as frequências.

Desde que o sinal BOAT foi captado simultaneamente nos seus telescópios gigantes, os astrofísicos de todo o mundo têm-se esforçado por explicar o brilho da explosão de raios gama (ou GRB, sigla inglesa para “gamma-ray burst”) e o desvanecer curiosamente lento do seu brilho remanescente.

Agora, conta o site zap.aeiou. pt, uma equipa internacional que inclui o Dr. Hendrik Van Eerten, do Departamento de Física da Universidade de Bath, formulou uma explicação: a explosão inicial (conhecida como GRB 221009A) estava orientada directamente para a Terra e arrastou consigo uma quantidade invulgarmente grande de material estelar.

As conclusões da equipa foram publicadas na revista Science Advances. O Dr. Brendan O’Connor, recém-doutorado da Universidade de Maryland e da Universidade George Washington em Washington, DC, é o autor principal do estudo.

O Dr. Van Eerten, que co-liderou a análise teórica do brilho remanescente, disse: “Outros investigadores que trabalham neste quebra-cabeças chegaram também à conclusão de que o jato estava apontado directamente para nós – tal como uma mangueira de jardim que nos atinge directamente – e isto explica, de certa forma, porque é que foi visto com tanto brilho.

Mas o que continuava a ser um quebra-cabeças era o facto de as orlas do jato não poderem ser vistas de todo.

“O lento desvanecimento do brilho remanescente não é característico de um jato estreito de gás, e saber isto fez-nos suspeitar que havia uma razão adicional para a intensidade da explosão, e os nossos modelos matemáticos confirmaram-no.

“O nosso trabalho mostra claramente que o GRB tinha uma estrutura única, com as observações a revelarem gradualmente um jato estreito inserido num fluxo de gás mais amplo, onde normalmente se esperaria um jato isolado.”

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1124 de 14 de Junho de 2023.

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Autoria:Expresso das Ilhas,18 jun 2023 7:37

Editado porSara Almeida  em  18 jun 2023 7:37

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