Os últimos momentos vivos de uma mente humana são um mistério científico e um objecto de estudo há séculos, ou milénios.
A denominada lucidez terminal é um assunto que cativa o interesse de muitos especialistas – e não só.
As experiências que passam na mente de uma pessoa antes da “morte” passaram a ser visíveis a partir do momento em que começou a ser praticada a reanimação cardiopulmonar, lembra a Scientific American, citado pelo zap.aeiou.pt.
E, assim, através de relatos de experiência própria e de estudos científicos, foi possível verificar que há um aumento na actividade cerebral em seres humanos e em animais que passam por paragens cardíacas.
Mesmo sem estudos, quem está a tentar salvar a pessoa, vê que há uma repentina clareza de ideias antes da paragem cardíaca.
E isso é mais visível nas pessoas dementes. Quem tem Alzheimer, por exemplo, recupera de repente memórias e a própria identidade, antes de morrer. Costuma acontecer nos últimos dias de vida.
De repente, as faculdades cognitivas voltam, a fala volta ao normal, a ligação a outras pessoas também. A pessoa volta a ter noção de quem é e de quem está consigo. As equipas médicas até já “adivinham” que, se esse momento chega, é porque o que se segue é a morte.
E é um momento frequente em pessoas dementes. Faz parte do processo, muitas vezes.
Um novo estudo tenta explicar o que acontece no cérebro pouco antes de a pessoa morrer.
Quando uma pessoa está a morrer, explica o site zap.aeiou.pt, o cérebro fica sem oxigénio e sem nutrientes; desliga. Aí, desaparecem os habituais “travões cerebrais” e parece que a pessoa consegue aceder a partes do cérebro que, noutro contexto, não conseguiria aceder. Pensamentos, memórias, interacções: tudo volta.
E não são alucinações ou delírios. São experiências lúcidas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1125 de 21 de Junho de 2023.