Fica na Sibéria e, com 30 milhões de anos, é o mais velho lago de água doce do mundo.
Apesar de não ser (nem perto) o maior lago do mundo, escreve o site zap.aeiou.pt, o Lago Baikal é o que tem mais água – tudo por causa da sua enorme profundidade de 1642 metros, que continuará a aumentar, uma vez que o lago está no topo de uma fenda continental. À medida que a crosta terrestre se afasta, o lago vai ficando mais profundo.
Apesar da sua temperatura gelada, acredita-se que o misterioso lago é a casa de mais de 1000 espécies de plantas e 2500 espécies de animais – das quais 80% não existem em mais lado nenhum da Terra, segundo o Real Clear Science.
Em 2008, submersíveis foram ao fundo do Baikal pela primeira vez. Lá depararam-se com um chão completamente escuro, repleto de vulcões, infiltrações de metano e petróleo e claro, muita vida, sustentada pelos elevados níveis de oxigénio dissolvido do lago. No entanto, a tal profundidade, a pressão era tão alta que os cientistas não puderam lá ficar por muito tempo.
Este oxigénio extra permite que espécies cresçam até três vezes mais. Este é o caso de platelmintos como anfípodes ou planárias que, habitualmente com 10 centímetros, adquirem até 30 centímetros no Baikal.
Águas ricas em nutrientes alimentam vários organismos neste lago que por sua vez alimentam os anfípodes, que acabam nas bocas dos peixes demersais Abyssocottinae, espécie que conta com, no mínimo, seis diferentes sub-espécies a mais de 1000 metros de profundidade no Baikal.
160 minhocas e 15 esponjas marinhas são exclusivas ao Baikal, onde crescem até atingirem dimensões fora do normal.
O mais interessante é que estas vidas marinhas parecem encontrar a chave da sua evolução no gelo, que com camadas de até seis metros de espessura, as tem protegido há vários milhões de anos.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1128 de 12 de Julho de 2023.