Segundo o estudo, realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga, citado pelo site zap.aeiou.pt, a Circulação Meridional do Atlântico (AMOC) poderá colapsar entre 2025 e 2029 – muito mais cedo do que apontado por previsões anteriores.
A AMOC, que inclui a Corrente do Golfo, transporta águas tropicais quentes para o Norte e águas frias para o Sul, e regula actualmente o clima do Hemisfério Norte.
Os resultados do estudo sugerem que a AMOC pode estar a caminho de um colapso total, entre 2025 e 2095, originando uma dramática queda nas temperaturas, o colapso dos ecossistemas oceânicos e o aumento global das tempestades.
Esta Circulação Meridional manifesta-se em dois estados estáveis: um deles, que está actualmente activo e influencia o nosso ecossistema, mais forte e mais rápido; e um outro estado, mais lento e mais fraco.
Estimativas anteriores indicavam que a mudança do actual estado forte para o estado mais fraco provavelmente ocorreria em algum momento do próximo século. Mas o novo estudo sugere que, devido às alterações climáticas induzidas pelo homem, a AMOC pode atingir um ponto crítico muito mais cedo.
“O ponto de não-retorno esperado, considerando que continuamos a fazer o mesmo de sempre em relação às emissões de gases de efeito de estufa, será muito mais cedo do que esperávamos”, explicou ao Live Science a bióloga Susanne Ditlevsen, investigadora da Universidade de Copenhaga e co-autora do estudo, publicado em finais de Julho na Nature Communications.
“Este não é um resultado daqueles em que dizemos ‘ora bem, aqui está’; na realidade, ficámos perplexos“, afirmou Ditlevsen.
De acordo com os autores do estudo, as mudanças climáticas já estão a afectar o fluxo da AMOC, uma vez que a água doce proveniente da fusão dos glaciares está a tornar a água menos densa e menos salgada.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1131 de 2 de Agosto de 2023.