Segundo o Jornal de Notícias, jn.pt, os astrónomos realçam que a descoberta desta molécula num planeta a 120 anos-luz de distância não é "sólida" e que são necessários mais dados para confirmar a presença da DMS.
Os investigadores também detectaram metano e CO2 na atmosfera desse mesmo planeta, chamado K2-18b, o que pode significar a presença de água.
Nikku Madhusudhan, docente da Universidade de Cambridge e líder desta investigação, admite que a equipa de cientistas ficou "chocada" quando viu os resultados.
"Na Terra, a DMS só é produzida pelos seres vivos. A maior parte da DMS na atmosfera terrestre é emitida pelo fitoplâncton em ambientes marinhos", explicou, em declarações à televisão britânica BBC.
No entanto, Madhusudhan descreveu a descoberta da molécula como "provisória" e acrescentou que seriam necessários mais dados para confirmar a presença da DMS no planeta K2-18b. Esses dados deverão demorar cerca de um ano a analisar.
É a primeira vez que os astrónomos detectam a possível existência de DMS num planeta em órbita numa estrela distante, o que implica que a comunidade científica trate os resultados com cautela.
Já em 2020 foi descoberta, nas nuvens de Vénus, uma molécula apenas produzida por organismos vivos, tendo sido contestada um ano depois.
Ainda assim, Robert Massey, independente da investigação e director-adjunto da Royal Astronomical Society em Londres, admitiu estar entusiasmado com os resultados, em declarações à "BBC News".
"Estamos a caminhar lentamente para o momento em que seremos capazes de responder à grande questão de saber se estamos ou não sozinhos no Universo. Estou optimista de que um dia encontraremos sinais de vida", concluiu.