A partir de que idade somos velhos? A ciência responde

PorExpresso das Ilhas,31 mar 2024 8:02

Será possível descobrir a partir de que idade é que uma pessoa começa a ficar “velha”, com o corpo a apresentar os primeiros sinais de declínio?

Segundo investigadores da Universidade de Stanford, nos EUA, este processo começa, em média, aos 34 anos. O auge da velhice chega depois dos 78 anos.

Para descobrir quando é que uma pessoa inicia o processo de envelhecimento, conta o site zap.aeiou.pt, os investigadores não contabilizaram a idade cronológica, ou seja, a que é medida em anos vividos.

A conta foi feita a partir dos diferentes níveis de proteínas presentes no plasma (a parte do sangue sem células) de mais de 4 mil indivíduos, com idades entre os 18 e 95 anos.

“O envelhecimento é um factor de risco predominante para diversas doenças crónicas que limitam a expectativa de vida”, afirmam os investigadores, num artigo publicado na revista científica Nature Medicine.

Com a aceleração do relógio biológico, alguns sinais da velhice ficam bastante visíveis, como rugas no rosto, cabelos brancos, redução nos níveis de audição e de visão, lentidão e, às vezes, incontinência urinária.

Entretanto, os investigadores defendem que este processo externo começa muito antes, no interior do organismo. As primeiras alterações começam aos 34 anos e vão até os 60 anos, na fase definida como idade adulta.

Dos 60 aos 78 anos, o indivíduo experimenta a “maturidade tardia”. Depois dos 78 anos, chega finalmente a velhice — aqui, a pessoa é “velha”.

À medida que a idade cronológica avança, os níveis de 373 proteínas vão baixando significativamente no plasma, até deixarem de ser produzidas. A culpa é da perda de capacidade de reparação do ADN.

Como foi calculada a idade?

“Já sabemos há muito tempo que medir certas proteínas no sangue pode fornecer informações sobre o estado de saúde de uma pessoa”, afirma Tony Wyss-Coray, professor de neurologia e um dos autores do estudo, em nota.

A questão é que essa contagem era habitualmente feita de forma individualizada, sem considerar centenas de proteínas simultaneamente.

Para construir a nova definição de velhice, os autores mediram os níveis de 3 mil proteínas em 4200 pessoas, com idades variadas. A partir das mais comuns, identificaram que alterações em 373 delas estão relacionadas com a velhice.

“Quando os níveis relativos das nossas proteínas sofrem mudanças substanciais, isso significa que também mudámos”, explica Wyss-Coray. “Assim, esta é uma fórmula bastante segura de rastrear as etapas da vida de uma pessoa.

A partir desses resultados, o grupo de cientistas conseguiu desenvolver um algoritmo de inteligência artificial (IA) capaz de avaliar a idade biológica de cada órgão de um indivíduo e estimar o risco daquela “peça” parar de funcionar.

No futuro, esta abordagem permitirá intervenções precoces, antes que as doenças surjam – assim melhorando a qualidade de vida para os longevos.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1165 de 27 de Março de 2024.

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Autoria:Expresso das Ilhas,31 mar 2024 8:02

Editado porSara Almeida  em  31 mar 2024 8:02

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