Em 1964, Peter Higgs previu a existência de uma nova partícula – o chamado Bosão de Higgs – mas levaria quase 50 anos, escreve o site zap.aeiou.pt, até que a existência da partícula pudesse ser confirmada no Grande Colisor de Hadrões, que funciona no laboratório europeu de física de partículas, CERN.
A teoria de Higgs relacionava-se com a forma como as partículas subatómicas obtêm a sua massa, e é uma parte central do chamado Modelo Padrão, que descreve a física de como o universo é feito.
O Bosão de Higgs, que entretanto ganhou o apelido de “Partícula de Deus“, era a peça-chave que faltava encaixar no model.
“Higgs era uma pessoa notável“, notou o vice-chanceler da Universidade de Edimburgo, Peter Mathieson. “Um cientista verdadeiramente talentoso cuja visão e imaginação enriqueceram nosso conhecimento do mundo que nos rodeia”.
“O seu trabalho pioneiro motivou milhares de cientistas e o seu legado continuará a inspirar muitos mais nas gerações vindouras”, acrescentou Mathieson.
Após uma série de experiências, que ganharam ímpeto a partir de 2008, a sua teoria foi comprovada por físicos que trabalhavam no Grande Colisor de Hadrões do CERN, na Suíça, em 2012.
O Prémio Nobel foi partilhado com François Englert, um físico teórico belga cujo trabalho em 1964 também contribuiu diretamente para a descoberta, recorda o The Guardian.
Membro da Royal Society , Higgs passou a maior parte da sua vida profissional na Universidade de Edimburgo, que criou o Centro Higgs de Física Teórica em sua honra em 2012.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1167 de 10 de Abril de 2024.