Um grupo de investigadores no Complexo Fen Carbonatite, um antigo vulcão norueguês, encontrou um enorme depósito de elementos de terras raras.
Segundo os resultados de uma investigação geológica, publicados recentemente na Rare Earth Norway, e citados pelo zap.aeiou.pt, o local alberga o maior depósito de elementos de terras raras da Europa: são 8,8 megatoneladas de óxidos de terras raras, das quais 1,5 se espera que possam ser aproveitados para turbinas eólicas e veículos eléctricos.
O Complexo Fen Carbonatite, escreve o zap.aeiou.pt, fica a Sudoeste de Oslo, perto do Lago Norsjø, onde há cerca de 580 milhões de anos existia um vulcão activo.
Segundo o LiveScience, a parte superior do vulcão foi sofrendo erosão, expondo à superfície um tubo cheio de magma, com cerca de dois quilómetros de diâmetro.
O magma solidificou-se depois em carbonatite – uma rocha de minerais que contêm certas formas de moléculas de carbonato.
Como explica a Rare Earths Norway, este magma contém agora elementos de terras raras, que são “economicamente importantes”, nomeadamente o neodímio, metal utilizado no fabrico de ímanes.
Os elementos de terras raras, também conhecidos como metais de terras raras, são um grupo de 17 elementos químicos na tabela periódica. Incluem os 15 lantanídeos, além do escândio (21Sc) e do ítrio (39Y), que tendem a ocorrer nos mesmos depósitos minerais que os lantanídeos e apresentam propriedades químicas semelhantes.
Estes elementos são essenciais em várias aplicações tecnológicas e industriais devido às suas propriedades únicas, como magnetismo, luminescência e resistência elétrica.
“A estimativa de recursos sublinha o potencial do depósito para ser um activo verdadeiramente transformador que pode sustentar uma cadeia de valor segura de terras raras para a Europa”, disse o director executivo da Rare Earths Norway, Alf Reistad, num comunicado citado pela LiveScience.
De acordo com um relatório de 2023 do Instituto Oxford de Estudos Energéticos, cerca de 70% do fornecimento mundial de elementos de terras raras é extraído na China e 90% de todos os elementos de terras raras são aí processados.
Esta descoberta na Noruega pode ser o primeiro passo para a independência europeia deste tipo de compostos imprescindíveis para as indústrias “do futuro”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1177 de 19 de Junho de 2024.