Está localizada no espaço interestelar, fora da heliosfera, a bolha de partículas carregadas e campos magnéticos que emanam do Sol. Em termos de distância, esta sonda está a mais de 24 mil milhões de quilómetros de casa. Depois de graves problemas, a NASA refere que a velha nave está de novo a fazer ciência.
Os quatro instrumentos da Voyager 1 voltaram a funcionar depois de um problema informático em Novembro, informou esta semana o Laboratório de Propulsão a Jato. A equipa, noticia o site pplware.sapo.pt, recebeu pela primeira vez informação significativa da Voyager 1 em Abril, e recentemente ordenou-lhe que começasse a estudar novamente o seu ambiente.
Lançada em 1977, a Voyager 1 está à deriva no espaço interestelar, ou seja, o espaço entre sistemas estelares. A sua gémea Voyager 2 - também no espaço interestelar - está a mais de 19,31 mil milhões de quilómetros.
Tecnologia dos anos 60 e 70 ainda dura
A Voyager 1 possui um detector de raios cósmicos, um magnetómetro, um detector de ondas de plasma, e um detector de partículas de baixa energia, todos ainda operacionais. Para além destes equipamentos, possui um espectrómetro de ondas ultravioleta e um detector de ventos solares, já fora de operação.
Ainda está equipada com um disco (e a respetiva agulha) de cobre revestido a ouro, contendo uma apresentação para outras civilizações, com 115 imagens (onde estão incluídas imagens do Cristo Redentor no Brasil, a Grande Muralha da China, pescadores portugueses, entre outras), 35 sons naturais (vento, pássaros, água, etc.) e saudações em 55 línguas, incluindo em língua portuguesa, feita por Portugal e pelo Brasil.
Até há alguns meses, apenas dois dos quatros instrumentos científicos funcionavam com normalidade. Contudo, esta realidade já foi alterada: a agência informou nesta semana que todos os equipamentos usados para estudar ondas de plasma, campos magnéticos e partículas voltaram a retornar dados científicos utilizáveis.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1177 de 19 de Junho de 2024.