Em setembro de 2018, comecei o meu percurso na Faculdade de Ciências para iniciar a licenciatura em Engenharia Informática. O curso, altamente técnico e complexo, exigiu que aprendesse tudo do zero e adaptasse rapidamente ao método de ensino na Universidade do Porto, em Portugal. No entanto, com espirito de sacrifício e dedicação, consegui superar as dificuldades e concluir a minha licenciatura com sucesso.
Decidida a continuar, iniciei imediatamente o mestrado, ainda sem saber ao certo em que área da Informática desejava especializar-me. Durante o primeiro ano, tive a oportunidade de conciliar os estudos com o trabalho de assistente de investigação num Centro de Pesquisa, onde tive a oportunidade de ganhar experiência em tecnologias de Realidade Virtual (VR) e aprofundar as minhas habilidades em investigação.
Foi durante essa jornada que descobri o campo de DevOps, uma área que nunca tinha considerado antes, mas que, após algumas horas de pesquisa, percebi que era exatamente o que queria seguir na minha vida profissional. DevOps integra tudo o que sempre tive interesse: programação, redes, segurança e sistemas. A área está em plena expansão e é extremamente valorizada no mercado de trabalho. Tive a sorte de encontrar uma oportunidade como Engenheira DevOps numa grande multinacional, onde atualmente continuo a expandir as minhas habilidades e a contribuir para a transformação digital.
O ponto alto do meu percurso académico até agora foi o desenvolvimento de uma aplicação móvel como parte da minha dissertação de mestrado, um projeto que terá um impacto significativo na saúde pública em Portugal. Desenvolvi uma aplicação de m-Health destinada a facilitar o acesso dos profissionais de saúde às diretrizes clínicas mais recentes para o tratamento da tuberculose. Esta aplicação, além de ser um marco na minha carreira, tem o potencial de revolucionar o tratamento da tuberculose em Portugal e, possivelmente, em outros países.
A minha jornada na engenharia informática é um exemplo de como a determinação e a paixão pela tecnologia podem transformar vidas. Espero que a minha história inspire outras mulheres a explorar as áreas STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts Mathematics) e a descobrir o impacto que podem ter no mundo. A tecnologia é um campo vasto, e estou entusiasmada por continuar a explorar novos horizontes.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1197 de 06 de Novembro de 2024.