"A IA será transformadora para o bem-estar humano. Os direitos humanos dizem respeito ao bem-estar humano, à prosperidade humana e ao respeito pela dignidade humana", afirma Michael O'Flaherty, que foi um dos oradores da Web Summit na terça-feira.
Para o comissário, uma inteligência artificial concebida e bem direccionada "pode melhorar fantasticamente a dignidade humana".
"Não dá dúvida disso, desde a cura de doenças à melhoria dos serviços públicos e tudo o resto", prossegue Michael O'Flaherty.
Neste contexto, "devemos começar por enquadrar a IA como algo positivo e, consequentemente, a favor dos direitos humanos", sublinha.
Mas, "claro, também sabemos que pode causar enormes danos", admite.
"É capaz de tudo, desde a discriminação e a violação da privacidade até, literalmente, à morte", acrescenta o comissário dos Direitos Humanos do Conselho da Europa, apontando que "o alcance da IA é imenso".
Aliás, a sua capacidade de cometer erros e criar erros "nunca foi tão evidente como desde o surgimento dos 'chatbots'", recorda.
Ou seja, "todos nós, diariamente, ao utilizar um 'chatbot' apercebemo-nos das suas limitações, erros e até mesmo alucinações [quando o modelo de IA começa a inventar conteúdos]".
Por isso, "precisamos de a supervisionar e o grande desafio agora é obter uma supervisão eficaz da IA", defende o responsável.
"A indústria precisa de se esforçar muito mais para se auto-regular através dos padrões da indústria e os nossos Estados precisam de se esforçar muito mais para insistir em regulamentações rigorosas para as aplicações de IA de alto risco", reforça Michael O'Flaherty.
"O grande desafio é concretizar estes dois pontos", remata.
A cimeira tecnológica, que arrancou em Portugal em 2016, começou na segunda-feira à noite em Lisboa e termina hoje.
Foto: Depositphotos
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