Cabo Verde quer dar cartas no desenvolvimento tecnológico a nível mundial

PorExpresso das Ilhas,2 nov 2023 12:23

São jovens, engenheiros e programadores cabo-verdianos e são as mentes criativas por trás da criação da ferramenta tecnológica de bandeira nacional, LESS, que vem para revolucionar o desenvolvimento de softwares a nível mundial. A tecnologia será apresentada na Web Summit Lisboa 2023, uma das conferências mais importantes da Europa, nas áreas da inovação e do empreendedorismo, e que decorre de 13 a 16 de novembro próximos.

"Nós ainda temos dificuldades em acreditar que o Less já é uma realidade", a afirmação é de Nilson Nascimento, da Chuva, empresa responsável pela criação desta ferramenta tecnológica.

A partir do seu escritório em Alto de Miramar, na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente, Less foi criada, quase por acaso, com o objetivo de facilitar o dia-a-dia laboral e rentabilizar o tempo e recursos limitados da jovem empresa. "Quando nos deparamos com as inúmeras vantagens, imediatamente soubemos que mais empresas poderiam beneficiar da ferramenta", acrescenta o engenheiro de software, Nilson Nascimento.

Mas, o que é o LESS?

Less é uma infraestrutura de codificação que permite reduzir, de forma exponencial, o tempo e o custo do desenvolvimento de softwares, websites e plataformas digitais.

Trocando o tecnicismo por miúdos, Less pode ser definido, de forma simplificada, como uma ferramenta que permite o desenvolvimento de softwares, com rentabilização máxima do tempo, anulando o erro humano, duas vezes menos dispendioso e eliminando boa parte das complexidades que a grande maioria dos sistemas de codificação existentes obrigam.

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Como?

Através da automatização do trabalho de configuração da Nuvem, (Cloud), tarefas necessárias, mas, que não acrescentam valor ao negócio, custam duas vezes mais tempo, dinheiro e dedicação de um desenvolvedor pois, estão relacionadas com a segurança. salvaguarda da base de dados, sistemas operativos, permissões, certificações, protocolos, entre outras complexidades.

LESS no Top 5 Mundial

Em todo o Globo existem apenas mais quatro infraestruturas de codificação semelhantes à desenvolvida em Cabo Verde e, nesse Top 5, Less ocupa lugar de destaque já que a tecnologia com bandeira cabo-verdiana é a que mais vantagens oferece a nível do preço e da qualidade, em relação às ferramentas Encore, Ampt, Yepcode e Nitric, todas criadas por multinacionais dos Estados Unidos e da Europa.

Foco no Mercado Africano

A inovação tecnológica pretende ganhar terreno no mercado do continente africano, onde não tem quaisquer concorrentes e, tem como público-alvo, as PME's, pequenas e Médias empresas que, além de representarem a grande maioria do tecido empresarial cabo-verdiano e africano, são também as que mais dificuldades têm em manter uma presença forte no mundo virtual, devido à fragilidade dos seus recursos financeiros.

E é exatamente aí que entra LESS que permite reduzir em 60 por cento os custos, reduzir o erro humano, acelerar a entrada no mercado e, como o próprio nome indica, fazer muito mais com menos (do more with Less), como anunciam no lema. "Se tudo correr como planeado, em breve entraremos em força no mercado africano".

LESS na Web Summit 2023

Neste momento, estamos em fase de angariação de investidores e em troca oferecemos uma percentagem do capital do Less", explica Danila Silva, da Chuva que, nesta edição do Web Summit, em Lisboa estará presente com quatro técnicos, engenheiros e programadores e, uma stand durante todos os dias da feira internacional, que acontece de 13 a 16 de novembro.

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Graças ao Governo de Cabo Verde e à parceria da Cabo Verde Digital os bilhetes para a conferência Web Summit já estão garantidos e, um dos quatro participantes também já tem salvaguardado a viagem de avião, alojamento e alimentação.

O desafio agora é conseguir parceiros para garantir a deslocação, alojamento e alimentação dos restantes três elementos da equipa.

"A nossa principal missão na Web Summit é atrair investidores e parceiros, dispostos a apostar na tecnologia de ponta Made in Africa, Made in Cabo Verde", acrescenta Danila que explica à nossa reportagem que um investimento inicial de 500 mil dólares a ser utilizado em 3 anos, permitirá arrecadar um total de 8.5 milhões de dólares, no mesmo período de tempo.

Esse valor inicial será utilizado para a operacionalização, o crescimento e desenvolvimento da ferramenta, reforço dos recursos humanos, marketing e comunicação.

Aproveitando a sua presença em Lisboa, a Chuva marcará ainda presença na AWS Startup Women Demo’s Week e na AWS Re:Invent que acontece no dia 27 de Novembro.

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Autoria:Expresso das Ilhas,2 nov 2023 12:23

Editado porAndre Amaral  em  2 nov 2023 12:23

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