Contam os livros da biografia do músico que quando era pequeno fazia parte dos corais das igrejas, mas que ao mesmo tempo participava nos blocos de carnaval, primeiro cantanto e mais tarde até compondo.
Fez parte de uma geração que imperou nos anos 60 e 70 a que muitos começaram por chamar de “Bossa Negra” (a par de Elza Soares foram as figuram mais notáveis deste género), por passar ao lado…quase que um “outsider” da então rainha Bossa Nova. Nos anos 70, estes nomes, mais outros que foram surgindo, constituíram os primeiros passos do Soul “Made in Brasil” – então chamado de Black Soul.
Jorge Meneses, de seu nome artístico Jorge Ben ou Jorge Ben Jor, começa na acima referida “Bossa Negra”, mas a partir dos anos 70, encontra sua zona de conforto – o Soul.
Partindo daí, foi buscando os mais variados e diversos géneros musicais e misturando como o Rock, o Funk e a música africana.
Nos anos 60, lançou o seu mais famoso tema “Mas que Nada” que rapidamente conquistou os mercados … e os músicos americanos, sobretudo quando celebrizada pelo grande Sérgio Mendes.
Hoje, para proposta a parte Soul-Funk de Jorge, e o disco “A Tábua de Esmeraldas”.
Preciosas, e de uma instrumentação elaborada, as letras são cuidadas, e por vezes de uma ironia considerável, como por exemplo o tema “Os Alquimistas”. Outros temas completam este disco levando-o aos mais altos patamares da música brasileira, como: “O Homem da Gravata Florida” ou “Hermes Trismegisto e sua Celeste Tábua de Esmeraldas”.
Influênciou várias gerações e géneros musicais que o seguiram, e a sua discografia continua a ser imprescindível na compreensão da música brasileira.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 824 de 13 de Setembro de 2017.