De acordo com o Sunday Times, citado pela agência Efe, a Jaguar Land Rover, a Nissan e a Vauxhall também se estão a ver obrigadas a cortar na sua actividade devido à falta de pessoal por causa da covid-19, assim como pelo congestionamento nos portos britânicos associado à pandemia e ao 'Brexit'.
A primeira paragem na fábrica da Honda em Swindon (sudeste de Inglaterra) ocorreu no início de Dezembro.
A marca japonesa trabalha com um sistema de produção 'just in time', na qual os componentes são recebidos na altura em que são utilizados.
Este método permite poupar nos custos de armazenagem e aumentar a eficiência, mas é especialmente sensível aos atrasos na distribuição.
A demora acumulada nas entregas durante a primeira metade do ano de 2020 devido à pandemia, assim como o aumento dos envios de inventário para o Reino Unido antes do 'Brexit', dificultaram o funcionamento dos portos britânicos nos últimos meses.
As novas barreiras ao comércio entre os dois lados do Canal da Mancha, efetivadas em 01 de Janeiro, quando Londres rompeu os seus laços com a União Europeia, contribuem para criar fricção nas cadeias de transporte, apesar de o Reino Unido ter decidido não aplicar de forma restrita todos os controlos aduaneiros de entrada no país durante seis meses.
"Várias fábricas automóveis viveram problemas similares. A Volkswagen, a Nissan e a General Motors tiveram de reduzir a produção", comentou num comunicado Christian Stadler, professor de Liderança Estratégica na Escola de Negócios de Warwick, citado pela Efe.
Para o especialista, essas fricções "demonstram a vulnerabilidade das cadeias de fornecimentos perante situações externas como a covid-19".