A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) inscreveu hoje o vulcão italiano Etna, "um dos mais emblemáticos e ativos do mundo", na lista do património mundial.
A organização da ONU sublinhou que o Etna continua "a influenciar a vulcanologia, a geofísica e outras disciplinas das ciências da Terra".
"A notoriedade do Etna, a importância científica e os valores culturais e pedagógicos revestem-se de importância mundial".
Próximo da Catânia, segunda cidade da Sicília, o vulcão, de cerca de 200 quilómetros de diâmetro, nasceu de uma série de erupções submarinas há 500.000 anos.
A cratera central regista periodicamente explosões e a lava, que desce pelos flancos do vulcão, põe por vezes em risco as aldeias construídas a 800 metros de altitude.
A cidade de Catânia foi atingida várias vezes e, na grande erupção de 1669, ficou praticamente toda destruída, tendo sido reconstruída em estilo barroco.
A zona classificada pela UNESCO, que conta poucas infraestruturas (alguns abrigos ao longo dos trilhos de montanha, 50 pequenas estações de vigilância sísmica e um observatório científico), integra o parque natural "il parco dell'Etna", criado em 1987.
Nas encostas do vulcão encontra-se uma árvore famosa, "il castagno" (o castanheiro), sob o qual terão encontrado refúgio, durante uma tempestade, uma centena de cavaleiros.
O reino das duas Sicílias emitiu um decreto de "proteção pública" desta árvore em 1745, uma das primeiras decisões em defesa do ambiente.
A comissão do património mundial da UNESCO, que se reuniu na 37.ª sessão anual em Phnom Penh, deve analisar, ao todo, a inscrição de 31 locais naturais e culturais na lista do património mundial.
A UNESCO inscreveu ainda a região de Xinjiang Tianshan na China, o Mar de Areia do Namibe na Namíbia e a Reserva do Monte Quénia-Lewa no Quénia.
Antes desta reunião, a lista contava 962 nomes em 157 países.
Entre os candidatos que esperam ser distinguidos pelo "valor universal excecional" contam-se o monte Fuji (Japão), a cidade de Agadez (Níger), as casas de Médicis (Itália), ou a estação baleeira de Red Bay (Canadá).