A ONU pediu cerca de 75 milhões de euros para responder às necessidades humanitárias críticas na Coreia do Norte até final do ano, indicou hoje o Gabinete de Coordenação de Ajuda Humanitária das Nações Unidas (OCHA).
"Os programas humanitários que estão a ser aplicados por cinco agências da ONU na Coreia do Norte têm um financiamento reduzido. Do pedido de 150 milhões de dólares para 2013, são precisos urgentemente 98 milhões", acrescentou.
A assistência humanitária continua a desempenhar um papel essencial no país, já que perto de 16 milhões de pessoas registam níveis de insegurança alimentar crónica e 29,7% das crianças com menos de cinco anos sofre de subnutrição crónica, de acordo com dados da ONU, citados pela agência noticiosa espanhola EFE.
O défice de cereal, estimado para este ano, é de 507.000 toneladas e 2,4 milhões de pessoas, muito vulneráveis, precisam de assistência alimentar regular.
Devido aos problemas de financiamento, o Programa Alimentar Mundial da ONU foi obrigado a reduzir progressivamente a cobertura e rações de alimentos desde março passado.
Atualmente, apenas estão a ser distribuídos bolachas e cereais, com elevado teor energético, em quantidades muito inferiores às previstas. A distribuição de milho ou legumes foi suspensa.
"Cerca de 473.000 crianças com menos de cinco anos estão a receber 20% ou 25% da ração de alimentos correspondente e perto de 150.000 grávidas apenas 15%", disse a porta-voz do PAM, Elisabeth Byrs.
A ajuda humanitária na Coreia do Norte é imprescindível e, por isso, não deviam existir considerações políticas, mas "puramente humanitárias" para receber o financiamento devido, acrescentou.
A porta-voz sublinhou que as autoridades norte-coreanas desenvolveram um sistema de controlo da divisão da comida e que as equipas da ONU obtiveram autorização do Governo para aceder a todas as zonas pedidas e testemunhar a distribuição de alimentos.