Perto de 400 pessoas foram socorridas no Mediterrâneo ao abrigo da operação "Mare Nostrum", lançada esta segunda-feira pelo governo italiano para apoiar e socorrer os imigrantes oriundos do Norte de África que tentam chegar às costas europeias através da Sicília.
A operação foi definida como de segurança e humanitária pelo governo de Enrico Letta – os imigrantes, que pagam pequenas fortunas pela viagem, arriscam a vida em barcos apinhados e sem segurança. No dia 3 de Outubro, um naufrágio de um destes barcos matou mais de 300 pessoas ao largo de Lampedusa. Nessa semana, 400 pessoas morreram ao largo da ilha, a maior parte oriundas da Eritreia.
Uma das embarcações interceptadas tinha 80 pessoas a bordo – era um mero bote pneumático com líbios, que foram recolhidos por um navio mercante. Outro grupo de 80 pessoas foi resgatado de um barco em dificuldades pela marinha italiana a cem quilómetros de Lampedusa; o último grupo estava a 100 quilómetros da costa italiana.
Nesta ilha, que depende administrativamente da Sicília, foi declarado o estado de emergência de forma a tornar mais eficaz o socorro aos imigrantes. "Queremos ter o máximo de instrumentos de protecção civil" e o estado de emergência facilita o socorro, disse a responsável de Lampedusa, Rosario Crocetta.
A operação "Mare Nostrum" (como os romanos chamavam ao Mediterrâneo) reforçou o dispositivo militar na zona e permite que os navios mercantes recolham náufragos ou prestem auxílio a embarcações em dificuldade.
Doze barcos da marinha foram enviados para Lampedusa, patrulhando até 75 quilómetros da ilha. Dois barcos-patrulha e duas fragatas completam a frota da operação.
Esta terça-feira foi também arrestado um navio na costa da Calábria, que a polícia acredita ser um "barco-mãe" – uma embarcação maior que transporta os imigrantes, que são depois lançados ao mar dentro de pequenas embarcações. Dezassete pessoas foram detidas.