Marcelo Rebelo de Sousa, o XX Presidente da República de Portugal

PorExpresso das Ilhas,9 mar 2016 12:07

XX presidente da República e 7º desde o 25 de Abril Marcelo Rebelo de Sousa prometeu ser um guardião dos valores da Constituição e um promotor de diálogos e consensos.

No discurso de tomada de posse, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu "solidariedade institucional indefectível" com "a representação legítima e plural da vontade popular expressa na Assembleia da República". E prometeu ser "um guardião permanente e escrupuloso da Constituição e dos seus valores", ao mesmo tempo que defendeu o equilíbrio entre o rigor nas contas e políticas de crescimento e emprego.

"Temos de cicatrizar feridas destes tão longos anos de sacrifícios, no fragilizar do tecido social, na perda de consensos de regime, na divisão entre hemisférios políticos", prosseguiu Marcelo, defendendo que o país atravessa um tempo "em que urge recriar convergências, redescobrir diálogos, refazer entendimentos, reconstruir razões para mais esperança".

 

Reacções dos partidos

PSD

Luís Montenegro, líder parlamentar dos sociais-democratas, secundou o apelo de Marcelo, falando na necessidade de uma “sociedade mais justa, mais igual, que garanta oportunidades a todos, que valorize a dignidade das pessoas e vise atingir níveis de progresso e de bem-estar das nossas populações”.

Diz ainda Luís Montenegro que “foi um discurso muito mobilizador para as tarefas que cabem a todos os políticos mas também a todos os portugueses”.

Sobre o sarar de feridas pedido por Marcelo, numa altura em que se mantém a tensão entre Esquerda e Direita em Portugal, Luís Montenegro defendeu que o PSD tem sido “ao longo dos últimos anos um factor de estímulo à obtenção de convergências”.

“Claro está que esta legislatura não começou bem a este propósito. Foram invertidas várias das tradições da nossa democracia e do respeito popular expresso em eleições”, afirmou ainda, falando em “respeito democrático pelos titulares de órgãos de soberania, mas não esquecendo aquilo que foi a formação política do Governo”, processo que apelida em tom irónico de “inovação no nosso sistema político”.

Ainda assim, o líder parlamentar ‘laranja’ saliente que o PSD quer ser uma “oposição responsável” para que se criem “condições para um país mais desenvolvido”.

Luís Montenegro deixou ainda uma “saudação especial a Cavaco Silva, em nome do PSD, a uma personalidade que foi objectivamente muito importante para a manutenção da coesão social em Portugal”, e que foi também “a figura mais sufragada” em eleições, considerou.

 

BE

Reagindo ao discurso do novo Presidente da República, a porta-voz do Bloco afirmou que "os falsos consensos do chamado centrão político – que corresponde ao centrão do poder económico – não deram respostas à necessidade da vida concreta das pessoas face à crise" e defendeu que o novo mandato do Presidente deve "corresponder à expectativa legítima da democracia de que os direitos sociais possam ter um outro peso" que não tiveram no mandato do seu antecessor.

"Tivemos nos últimos anos um Presidente da República que faltou vezes demais à lei fundamental", lembrou Catarina Martins, defendendo que o novo inquilino do Palácio de Belém "terá de ser não só o garante da Constituição da República Portuguesa, mas o garante da soberania democrática do nosso país nos desafios difíceis que temos pela frente".

Registando que Marcelo fez um discurso marcado em boa medida por uma "visão conservadora do país", Catarina Martins assinalou que o novo Presidente mostrou vontade de "fazer pontes com todos os sectores". Pela sua parte, prometeu "a colaboração institucional que é necessária" e o empenho "num caminho que vá deixando a austeridade para trás e que corresponda às necessidades da vida concreta das pessoas", concluiu a porta voz do Bloco.  

 

PCP

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que "não basta ter boas intenções, é preciso uma prática" e que, do discurso do Presidente da República, sobra a questão central de como se concretizam as aspirações dos portugueses.

No parlamento, em reacção ao discurso da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República, Jerónimo de Sousa afirmou que o novo chefe de Estado, "tal como era expectável, não está na disponibilidade de encetar qualquer processo de ruptura" com os constrangimentos de Portugal, considerando ser de continuidade a sua política externa.

"Foi um discurso que faz um esforço para ir ao encontro daquilo que são preocupações da maioria dos portugueses com o seu futuro, vidas, direitos. Mas sobra sempre uma questão central: como é que se efectiva, como é que se concretizam essas aspirações que no nosso povo tem?", questionou

Na opinião do secretário-geral comunista, "não basta ter boas intenções, é preciso uma prática", considerando que a "prática é a mãe de todas as coisas", recordando que houve uma referência em relação ao anterior Presidente da República da valorização da defesa do Mar, o mesmo que "noutro tempo privatizou e destruiu a nossa marinha mercante ou a nossa indústria naval".

"A forma de sarar as feridas é encetar outra política diferente daquela que foi seguida durante estes últimos anos. Talvez o Presidente não estivesse a pensar nisso, mas para nós importante era sarar as feridas em relação àqueles que viram as suas vidas destruídas", respondeu ainda.

A partir de agora, segundo Jerónimo, "as relações serão no plano institucional, com todo o respeito que isso merece".

"Queria fazer uma nota em relação não só ao juramento que fez, mas à forma como afirmou defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República. É um juramento perante milhões de portugueses que com certeza vão julgar do seu mandato", alertou ainda.

O líder comunista garantiu que da parte do PCP "há sempre consensos e convergências naquilo que é de convergir e de consensualizar", mas que é preciso definir em torno de que são estes consensos e convergências.

 

PP

“Gostei”. Paulo Portas dirigiu-se assim aos jornalistas, no final da tomada de posse do novo Presidente da República.

Entende o líder demissionário do CDS que o Marcelo Rebelo de Sousa assume, no primeiro dia do seu mandato “a história de Portugal como um todo e olha para Portugal como uma só nação, independentemente das diferenças”.

“Foi um discurso nacional, inspirado nos valores de sempre do professor Marcelo Rebelo de Sousa, humanista e personalista”, frisou Paulo Portas, convicto de que o novo chefe de Estado “soube puxar pela autoestima e confiança dos portugueses”.

 

PS

“Em primeiro lugar e em nome do grupo parlamentar, aproveito esta oportunidade para prestar o nosso reconhecimento ao Presidente da República cessante”, afirmou Carlos César.

“São conhecidas as divergências que o PS, por várias ocasiões teve, e eu próprio tive com Cavaco Silva, mas não posso deixar de reconhecer nesta ocasião o seu empenhamento cívico, a forma como ele próprio, segundo as suas convicções interpretou a realização dos interesses nacionais”, acrescentou ainda, elogiando o “trabalho e coerência própria” do presidente cessante,

Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, que assumirá agora o cargo, “abre-se um novo ciclo político”, realça Carlos César, acrescentando que este novo ciclo permite “novas perspectivas para o aprofundamento de diálogo entre órgãos de soberania, para que se constituam pontes mais sólidas” entre populações e decisores políticos.

O líder parlamentar do PS realça ainda a importância que Marcelo Rebelo de Sousa poderá ter na “mobilização” dos portugueses nesta “fase complexa que o país atravessa”.

“Portugal precisa de uma só voz” para reforçar a sua imagem no exterior, afirma.

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Autoria:Expresso das Ilhas,9 mar 2016 12:07

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  9 mar 2016 12:07

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