270: O número mágico na corrida à Casa Branca

PorExpresso das Ilhas,1 nov 2016 8:46

Cerca de 200 milhões de norte-americanos estão aptos para escolher o nome do sucessor do Presidente Barack Obama, mas quem votar no próximo dia 08 de Novembro não irá eleger directamente o novo residente da Casa Branca.

 

Nas eleições presidenciais, o voto dos norte-americanos vai para um Colégio Eleitoral, solução plasmada na Constituição dos Estados Unidos e na 12.ª Emenda (adoptada em 1804) que é constituída por 538 "grandes eleitores" representativos dos 50 estados norte-americanos (e da capital federal Washington que conta com três "grandes eleitores").

Cada estado federal tem direito a um determinado número de "grandes eleitores", distribuição que depende da população do estado e da sua representatividade no Congresso norte-americano.

Por exemplo, a Califórnia, o estado mais populoso dos Estados Unidos, tem 55 "grandes eleitores" no Colégio Eleitoral, enquanto o Wyoming ou o Alasca têm apenas três, a representação mínima.

Cada voto num candidato contará para eleger estes "grandes eleitores" que compõem o Colégio Eleitoral que depois irão escolher, estes sim, o futuro Presidente dos Estados Unidos.

O vencedor das presidenciais norte-americanas terá de conseguir, no mínimo, 270 dos 538 "grandes eleitores" (uma maioria simples), resultado que será conhecido na noite eleitoral de Novembro.

No entanto, o Colégio Eleitoral só irá eleger formalmente o Presidente e o vice-presidente várias semanas depois, a 19 de Dezembro.

Neste sistema eleitoral, o candidato mais votado pelo eleitorado poderá não ser o candidato vencedor. Aliás, um candidato pode não conseguir um único voto em várias dezenas de estados e ainda assim ser eleito Presidente.

Em 2000, o republicano George W. Bush foi eleito o 43.º Presidente dos Estados Unidos contra o democrata Al Gore, mas não foi o mais votado pelo eleitorado.

Na altura, Al Gore teve mais 543.895 votos que George W. Bush, mas não conseguiu ganhar no Colégio Eleitoral.

O republicano obteve 271 votos dos "grandes eleitores" contra os 266 do candidato democrata (um "grande eleitor" absteve-se).

Este cenário é possível porque em quase todos os estados -- à excepção do Maine e do Nebraska que adoptam uma atribuição proporcional -- o candidato com mais votos arrecada todos os "grandes eleitores" daquele estado no Colégio Eleitoral.

É o caso da Califórnia, onde é suficiente uma vantagem de um voto para um candidato conquistar todos os 55 "grandes eleitores" deste estado no Colégio Eleitoral.

Durante a intensa campanha eleitoral, o tempo e os recursos dos candidatos não estão normalmente focados nos estados que nunca mudam de cor no mapa eleitoral norte-americano (a Califórnia é tradicionalmente democrata e o Oklahoma é tradicionalmente republicano), mas sim nos chamados "swing states", estados que não têm uma tendência de voto definida e que podem decidir uma eleição.

New Hamsphire, Pensilvânia, Ohio, Wisconsin, Nevada, Colorado, Florida, Virgínia, Michigan, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Iowa são estados que integram este grupo. Não foi por acaso que as convenções partidárias dos republicanos e dos democratas foram realizadas em dois "swing states", Cleveland (Ohio) e Filadélfia (Pensilvânia), respectivamente.

Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório e os cidadãos a partir dos 18 anos podem registar-se para votar. O país regista grandes níveis de abstenção. Em 2012, nas últimas presidenciais, a taxa de participação foi de 54.87%.

Segundo dados recentes citados pelo 'site' norte-americano Politico, o número de eleitores registados já ultrapassou a fasquia dos 200 milhões, um facto inédito nos Estados Unidos.

O voto antecipado nas eleições presidenciais está previsto no sistema norte-americano e é permitido em 37 dos 50 estados federais norte-americanos e no distrito de Columbia. No corrente ato eleitoral arrancou em Setembro, por correio ou pessoalmente.

Os eleitores (incluindo também os residentes no estrangeiro e os militares) podem pedir os respectivos 'absentee ballots', os boletins de voto para eleitores que não podem comparecer pessoalmente nas assembleias de voto no dia das eleições. Todos os boletins de voto só vão ser contados no dia oficial da eleição.

O actual Presidente, Barack Obama, foi um dos eleitores que votou antecipadamente, a 07 de Outubro, em Chicago.

O voto antecipado não é uma invenção recente nos Estados Unidos, mas continua em pleno desenvolvimento. Em 1996, apenas 10,5% dos eleitores votaram de forma antecipada. Já nas últimas presidenciais, em 2012, um terço dos boletins de votos foram entregues antes do dia da eleição.

Segundo a lei, a eleição geral presidencial tem de ser realizada na terça-feira seguinte à primeira segunda-feira do mês de Novembro.

Um estudo do Pew Research Center indicou que o eleitorado que irá participar nas eleições de 2016 será o mais diversificado de sempre.

Quase um em cada três eleitores (31%) será hispânico, negro, asiático ou de outra minoria racial ou étnica, segundo o centro de estudos norte-americano. Nas eleições de 2012, este valor situava-se nos 29%.

O sucessor de Barack Obama será empossado a 20 de Janeiro de 2017, numa cerimónia pública junto ao edifício do Capitólio, em Washington, diante de dezenas de milhares de pessoas.

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Autoria:Expresso das Ilhas,1 nov 2016 8:46

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 nov 2016 7:47

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