Mais de 250 pessoas vítimas de execuções selvagens. 62 são crianças

PorExpresso das Ilhas,4 ago 2017 9:10

Mais de 250 pessoas, entre as quais 62 crianças, foram vítimas de execuções selvagens entre Março e Junho na região do Kasai, centro da República Democrática do Congo, indica um relatório das Nações Unidas hoje divulgado.

 

O documento, segundo a Agência France Presse, foi elaborado por um grupo de investigadores do Alto Comissariado para os Direitos do Homem da Organização das Nações Unidas (ONU) e analisa os massacres étnicos na região de Kasai.

Entre as 62 crianças executadas, por agentes do Estado, milícias ou rebeldes, 30 tinham menos de oito anos de idade.

As execuções eram ou "extrajudicial" e cometidos por agentes do Estado ou cometidos por milícias de todos os lados e rebeldes, diz a ONU.

"O que é importante para nós é o número de execuções", disse um porta-voz do Alto Comissariado.

As execuções ocorreram entre 12 de Março e 19 de Junho, indicou o Alto Comissariado em comunicado, sublinhando que a sua missão da RDCongo identificou "pelo menos 80 valas comuns na região".

O relatório é baseado em entrevistas realizadas por investigadores a 96 pessoas que fugiram para a vizinha Angola, para escapar da violência em curso em Kasai.

"Os sobreviventes falaram dos gritos de pessoas queimadas vivas, de terem visto parentes seus caçados e abatidos e da sua própria fuga, aterrorizados", disse o Alto Comissário para os Direitos Humanos Zeid Ra'ad al Hussein.

"Este derramamento de sangue é ainda mais aterrorizante pois parece que as pessoas são cada vez mais frequentemente alvo destes actos por causa da sua etnia", acrescentou.

Em resposta, o Alto Comissariado enviou um "aviso sério" ao governo da RD Congo para "agir sem demora para evitar que esta violência resulte num processo de limpeza étnica em grande escala".

Em Junho, perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, M. Zeid acusou as autoridades da RD Congo de armarem milícias, levando a "ataques horríveis" contra civis na região de Kasai.

Denunciou, em particular, uma milícia chamada Bana Mura, que liderou "ataques horríveis contra grupos étnicos e Lulua Luba".

Em resposta, o Alto Comissariado decidiu enviar para a região uma equipa de investigadores para se reunir com refugiados que fugiram da violência. O resultado do trabalho desta equipa está traduzido no relatório hoje divulgado.

 

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Autoria:Expresso das Ilhas,4 ago 2017 9:10

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  4 ago 2017 9:10

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