A Coreia do Norte vem em primeiro lugar. Segundo o Acnur, o programa nuclear do país ganha as manchetes dos jornais, mas pouca atenção se dá para a situação humanitária da nação asiática.
A ONU calcula que 18 milhões de pessoas, ou 70% da população norte-coreana não têm comida suficiente, dependendo da ajuda do governo. Dois entre cinco norte-coreanos estão desnutridos.
Outras crises que são esquecidas, segundo o relatório, acontecem nos seguintes países: Eritreia, Burundi, Sudão, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Mali, países da Bacia do Lago Chade (Camarões, Níger e Chade), Vietnã e Peru, país onde mais de 200 mil casas foram destruídas por enchentes no ano passado.
Segundo o Acnur, 1,3 milhão de pessoas ao todo precisaram abandonar suas casas e abandonar o Burundi, a República Centro-Africana, o Mali e as nações da Bacia do Lago Chade.
O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, explicou haver ligação directa entre a atenção dada pela mídia e o dinheiro que segue para a ajuda humanitária.
Segundo ele, "a mídia tem papel essencial em chamar a atenção do público para crises negligenciadas e esquecidas". Grandi destacou que "apesar das consequências trágicas para milhões de pessoas afectadas por conflitos e deslocamentos, ainda existe uma lacuna entre as necessidades humanitárias e o dinheiro disponível" para atender a essas crises.
O chefe do Acnur afirma que as previsões para 2018 são sombrias, já que existe "fraca vontade política" de resolver conflitos.