Presidente da Polónia pede perdão aos judeus expulsos há 50 anos

PorExpresso das Ilhas, Lusa,8 mar 2018 15:48

Andrzej Duda
Andrzej Duda

O presidente polaco, Andrzej Duda, pediu hoje perdão aos cerca de 13.000 polacos de origem judaica que foram expulsos durante a campanha anti-semita de 1968, considerando que o país perdeu com a sua partida.

"Perdoem, se faz favor, perdoem à República, aos polacos, à Polónia de então, esse ato vergonhoso", declarou Duda, dirigindo-se aos judeus forçados ao exílio há 50 anos e às suas famílias.

"A Polónia livre e independente de hoje, a minha geração, não têm responsabilidade", adiantou.

A declaração ocorre num contexto de tensão entre a Polónia e Israel devido a uma lei polaca controversa sobre o Holocausto.

Duda falava no 'campus' da Universidade de Varsóvia por ocasião do 50.º aniversário da revolta estudantil de Março de 1968, que foi seguida de uma violenta campanha anti-semita, lançada pelas autoridades comunistas, e do exílio de milhares de polacos judeus.

Entre os que foram forçados a deixar a Polónia encontravam-se sobreviventes do Holocausto e intelectuais destacados, como o sociólogo Zygmunt Bauman, assim como críticos do regime não judeus, como o filósofo Leszek Kolakowski.

"Que perda sofre a República polaca de hoje pelo facto dos que partiram -- e alguns que talvez tenham morrido devido ao ano 1968 -- não estarem agora connosco", disse Duda.

Lembrou que os polacos judeus participaram na luta pela independência do país há um século e que o defenderam em 1920 (contra os soviéticos) e em 1939 (contra os nazis).

Antes de chegar à universidade, Duda deslocou-se à estação ferroviária de Gdanski, de onde partiram de Varsóvia muitos dos judeus que se exilaram.

O chefe de Estado depositou uma coroa de flores no local e encontrou-se com representantes da comunidade judaica.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,8 mar 2018 15:48

Editado pormaria Fortes  em  9 mar 2018 7:35

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