A lista de empregos dos quais as mulheres estão agora banidas inclui aqueles com trabalhos que excedam as habilidades e capacidades físicas das mulheres, ou trabalhos que apresentam perigo de enfraquecer a sua moralidade, como por exemplo trabalhar no subterrâneo ou em minas.
A alteração á lei laboral foi anunciada pelo governo marfinense numa conferência de imprensa restrita na quarta-feira, dia 07, e chegou aos noticiários ontem, Dia Internacional da Mulher.
A BBC Africa diz que o porta-voz do governo não esclareceu como estes trabalhos podem minar a moralidade de quem quer que seja e insistiu em como esta lei visa “proteger as mulheres”.
O representante do executivo na conferência de imprensa explicou ainda que, caso alguma mulher queira contornar a lei e exercer alguma das profissões que lhes foi proibida, deve contactar um inspector do Ministério do Trabalho e “simplesmente” levá-lo ao terreno para que este verifique que essa mulher é capaz de fazer o referido trabalho.
Esta medida segregacionista do governo marfinense veio a público no dia em que governantes de vários países africanos proferiram discursos a louvar a grande capacidade e força das mulheres africanas, por muitos consideradas a espinha-dorsal do continente.
Em 2016 era notícia a nível internacional a forma como as mulheres da Costa do Marfim, que têm na agricultura a sua principal actividade, estavam cada vez mais a ocupar cargos importantes no sector administrativo ou empresarial e a abrir os seus próprios negócios.
Alassane Ouattara é o actual presidente e chefe de governo da Costa do Marfim.