O documento “Assistência Alimentar Mundial: Prevenindo Crises Alimentares”, estuda as mais recentes crises alimentares, avaliando o que causa o seu começo, o que determina a sua escala e como podem ser prevenidas.
O estudo também apresenta a média de gastos do PMA em assistência alimentar para todos os Estados-membros entre 2009 e 2016.
Angola recebeu uma média anual de US$ 23,9 mil, seguida de Cabo Verde com US$ 261 mil, e Timor Leste com US$ 3,9 milhões. Guiné-Bissau, com cerca de US$ 19,8 milhões, e Moçambique, com US$ 20,5 milhões, são os países lusófonos que mais beneficiaram do tipo de ajuda.
Segundo o relatório do PMA, “a fome crónica aumenta em todo o mundo e as crises alimentares crescem e se intensificam”
Uma das conclusões do estudo é que a melhoria de apenas um ponto no Índice de Estabilidade Política e Ausência de Violência, publicado pelo Banco Mundial, permitiria poupar quase US$ 3 bilhões.
Na Síria, o PMA pouparia US$ 300 milhões, no Iêmen US$ 205 milhões e na Somália, US$ 85 milhões.
O chefe de Sistemas Alimentares do PMA, Steven Were Omamo, disse que “acabar com o conflito é vital, mas a prevenção de crises alimentares também exige investimentos a longo prazo em educação, infraestrutura e crescimento económico.”
Omamo explicou que “aumentos do rendimento per capita ajudam a limitar a escala das crises alimentares, mas mesmo países de renda baixa podem prevenir crises fazendo alguns investimentos.”
O relatório cita choques climáticos, fome e subnutrição crónicas, maus sistemas alimentares, e estruturas políticas, sociais e económicas como as principais causas das crises alimentares. Se estes problemas fossem resolvidos, a despesa anual do PMA cairia 5 bilhões.
Segundo o documento, “o dinheiro poupado poderia ser gasto em iniciativas de desenvolvimento de longo prazo para melhorar as vidas dos mais vulneráveis.”