"As autoridades moçambicanas devem ajudar as pessoas que ficaram desalojadas e criar condições que lhes permitam regressar às suas casas voluntariamente, com segurança e dignidade", refere Dewa Mavhinga, diretor da HRW na África Austral, citado no documento.
O número de deslocados - que já começaram a regressar às aldeias - é incerto, mas só nas ilhas do Ibo e Matemo terá chegado a 1.500 na primeira quinzena de Junho, havendo muitos ainda nos bairros de Palma e Macomia, verificou a Lusa no continente e no arquipélago nas últimas semanas.
No comunicado de hoje, a organização refere ainda que "as forças de segurança mobilizadas contra grupos armados" devem tratar "todos sob a sua custódia com humanidade".
A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou a 05 de Junho que nove supostos membros dos grupos que têm atacado aldeias foram abatidos durante uma operação nocturna no mato.
"Resistiram à ordem de se render, de se entregarem", referiu Inácio Dina, porta-voz nacional da PRM.
Ataques com homicídios, saque e aldeias remotas incendiadas no norte de Moçambique têm-se sucedido desde Outubro de 2017, alegadamente cometidos por grupos de inspiração islâmica, mas sem que seja conhecida qualquer reivindicação e sem que as autoridades esclareçam algo a partir das centenas de detenções que dizem já ter feito.
A mais recente vaga de violência começou a 27 de maio em duas aldeias no meio do mato onde foram mortas 10 pessoas, sendo que o número de vítimas já deverá oscilar entre 30 a 40, consoante os relatos contabilizados e sem que as autoridades clarifiquem a informação.