De acordo com o porta-voz de Nelson Chamisa, líder da oposição e segundo candidato à Presidência do Zimbabué mais votado (44,3%), a repressão generalizada visa amedrontar as pessoas e dar uma falsa impressão de normalidade, com a continuidade das detenções.
"Estão a tentar paralisar a oposição, para que não haja mais resistência ou acção contra os falsos resultados. O que se está a passar está a tornar-se mais perigoso em cada dia. Sabemos que são procuradas 4.000 pessoas, desconhece-se a razão, mas sabemos que é para intimidação ", disse o porta-voz, Nkululeko Sibanda.
Estimando que cerca de meia centena de opositores do Movimento para a Mudança Democrática (MDM) estão dados como desaparecidos, Sibanda referiu que a "situação é inquietante", frisando que "os polícias vão às casas e levam as pessoas para destinos desconhecidos, não é para os postos da polícia".
Hoje, os 27 opositores do MDM detidos na semana passada serão presentes a tribunal, que vai pronunciar-se pela liberdade provisória ou pela continuidade da detenção.
O procurador Michel Reza pediu ao juiz que os 27 manifestantes, detidos na sequência da violência da semana passada, continuem detidos.
"A morte de seis pessoas, as viaturas queimadas... estão directamente ligados aos acusados. Libertá-los não é do interesse da Justiça", acrescentou.
A defesa invocou que as detenções são arbitrárias.
Os 27 opositores foram detidos na quinta-feira passada.
Na próxima terça-feira, o MDM decidirá o que fazer quanto às eleições.
"Contrariamente ao que se diz, o nosso objectivo não é inverter o resultado das eleições, mas simplesmente inverter a decisão da comissão eleitoral, que declarou Mnangagwa vencedor", disse Sibanda.