"Não vamos tolerar as acções que temos observado nos últimos dias", declarou o ministro do Interior, Obert Mpofu, durante uma conferência de imprensa, realizada já durante a noite, ao comentar a contestação ao sufrágio, que juntou escolhas para a presidência e o parlamento.
"A oposição talvez tenha interpretado a nossa compreensão como sinal de fraqueza e penso que estão a testar a nossa determinação, o que os pode levar a cometer um grande erro", avisou o ministro.
Na quarta-feira, o Presidente do país, Emmerson Mnangagwa, responsabilizou a oposição pelas perdas humanas resultantes dos protestos de quarta-feira, após a morte de um homem, em Harare, quando o exército abriu fogo contra manifestantes que protestavam contra o que consideram ter sido uma fraude eleitoral.
"Consideramos o MDC [Movimento pela Mudança Democrática] e a sua liderança, responsáveis por interromperem a paz nacional", disse Mnangagwa, em comunicado.
Pelo menos três pessoas morreram nos protestos violentos de quarta-feira, reprimidos pelo exército e pela polícia, que ocorreram na capital do Zimbabué, com base numa suposta manipulação dos resultados das eleições disputadas na segunda-feira, confirmou a televisão pública ZBC, numa breve mensagem na rede social no Twitter.
Centenas de seguidores do MDC manifestaram-se em Harare depois do candidato presidencial do partido, Nelson Chamisa, se ter autoproclamado vencedor e assegurado que a Comissão Eleitoral (ZEC) não publicou os resultados por estar a preparar "resultados falsos".
A comissão eleitoral divulgou na quarta-feira os primeiros resultados parciais das legislativas, relativos a 153 das 210 circunscrições do país, indicando que a ZANU-PF, partido de Mnangagwa, obteve 110 lugares, enquanto o MDC conseguiu 41.
Segundo os dados, a ZANU-PF obteve a maioria absoluta na câmara baixa do parlamento zimbabueano.