Pedro Calado, vice-presidente do governo regional da Madeira, fez duras críticas às companhias aéreas que operam naquele arquipélago e que cancelaram os seus voos por causa dos fortes ventos que se fizeram sentir durante a manhã de terça-feira.
“Infelizmente, aquilo que se assistiu foi mais um certo exagero em termos de controlo dos limites de vento. Se da parte da manhã de ontem tivemos algum excesso de vento, com rajadas de 30 nós, o que se verificou foi que durante a parte da tarde as condições meteorológicas melhoraram significativamente e muitas companhias, vendo que o Aeroporto estava fechado, começaram a cancelar à tarde”, acusa o número dois do Executivo madeirense citado pelo jornal português Económico.
Uma das companhias visadas pelo governante madeirense foi a Binter que opera na linha entre Funchal e Porto Santo. Pedro Calado deu conta do seu profundo descontentamento com o cancelamento das ligações para Porto Santo, sobretudo no período da tarde de terça-feira, altura em que, alegou, as condições atmosféricas já não eram suficientes para condicionar a operacionalidade do Aeroporto da Madeira.
“Tanto quanto nós sabemos, as operações que foram canceladas, foram de e para o Porto Santo, afectando os madeirenses e portossantenses, mas os mesmos voos para Canárias, já não foram cancelados no mesmo avião”, criticou, acrescentando estar em causa o serviço público a que está obrigada a companhia aérea espanhola.
O governante alertou, citado pelo Económico para as consequências dos cancelamentos no turismo regional e lamenta que não haja da parte da ANAC, entidade reguladora da aviação civil em Portugal, “boa vontade” para corrigir e alterar os limites de vento.
“Já não estamos a falar de segurança, mas única e exclusivamente de boa vontade”, afirma.