"Recebemos na semana passada notificação de projectos russos de testes de mísseis aqui ao largo da costa", declarou hoje Stoltenberg, em visita ao oeste da Noruega, onde decorrem as manobras Trident Juncture 18.
Segundo os especialistas em relações internacionais, este plano russo ilustra a escalada de tensões no Grande Norte.
O exercício, o maior que a NATO organizou desde a Guerra Fria, visa testar a capacidade da Aliança Atlântica para socorrer um dos seus membros agredido por outro Estado.
Mobilizando cerca de 50.000 soldados, 65 navios e 250 aeronaves de 31 países a algumas centenas de quilómetros da fronteira russo-norueguesa do Árctico, estas manobras estão a irritar Moscovo, que antecipadamente prometeu uma "resposta".
"Apesar das tentativas bastante desajeitadas dos representantes da Aliança e dos Estados membros para apresentar esta atividade militar como defensiva, é evidente que esta demonstração de força é de natureza claramente anti-russa", insurgiu-se a diplomacia russa.
O exército russo anunciou na semana passada a deslocação de quatro navios para o Atlântico Norte para manobras.
"A Rússia tem forças navais significativas nesta zona", referiu hoje Stoltenberg, acrescentando: "Espero que se comporte de forma profissional".
O responsável da NATO tentou, no entanto, desdramatizar a situação.
"É claro que vamos acompanhar de perto o que a Rússia faz, mas eles estão a operar em águas internacionais e notificaram-nos de forma normal", observou.
De acordo com a Avinor, a agência pública que gere os aeroportos noruegueses, a Rússia enviou uma mensagem aos navegantes aéreos (NOTAM) para os informar desses lançamentos de mísseis previstos para entre 1 e 3 de novembro no mar da Noruega.