Violência eleitoral na Nigéria provocou pelo menos 39 mortos

PorExpresso das Ilhas, Lusa,25 fev 2019 15:50

Pelo menos 39 pessoas morreram em actos de violência relacionados com as eleições de sábado na Nigéria, anunciou hoje uma plataforma de organizações da sociedade civil que acompanhou o ato eleitoral.

"Verificámos, com enorme tristeza, que a violência relacionada com as eleições provocou a morte de, pelo menos, 39 nigerianos nas últimas 48 horas", indica a Situation Room (Sala de Situação) num relatório divulgado hoje às 09:00.

O documento hoje divulgado baseia-se nos relatos dos mais de 8000 observadores deslocados para acompanhar as eleições presidenciais e legislativas, que decorreram no sábado.

A Situation Room manifesta desilusão face às "graves falhas" registadas no decurso do ato eleitoral e sublinha que "nenhuma eleição deveria custar a vida de um cidadão", condenando "veementemente a falta de empatia, preocupação e sensibilidade da classe política" face a estes acontecimentos.

Estas mortes revelam uma tendência de "grave violência eleitoral" desde o início da campanha, em Outubro de 2018, tendo sido identificadas pela Situation Room mais de 260 mortes com motivação política até 23 de Fevereiro.

Apesar do adiamento das eleições (estavam inicialmente marcadas para 16 de Fevereiro) devido a problemas logísticos, a plataforma da sociedade civil indica que continuaram a verificar-se "grandes falhas logísticas" num escrutínio marcado também pela violência, falta de segurança e excessos de vária ordem e uma conduta "desapontante" dos principais partidos políticos

No estado de Lagos houve relatos de perturbação das votações com bandos de criminosos a disparar para o ar, urnas de votos incendiadas e outros actos de violência, alguns causados pela ausência de elementos da Comissão Eleitoral Independente da Nigéria (INEC) e falta de materiais

A votação sofreu também adiamentos em vários pontos do país com impacto no apuramento dos resultados

A Comissão Eleitoral Independente da Nigéria (INEC) mostrou-se satisfeita com a forma como decorreram as eleições, mas a Situation Room considera que a INEC "não geriu as eleições de forma eficiente" e que foram registadas "irregularidades significativas".

No entanto, apela à "contenção" dos eleitores e restantes atores políticos para evitar "perder mais vidas" e que recorram aos tribunais caso se sintam lesados.

As votações de sábado visaram a eleições de um novo presidente - disputada pelos favoritos Muhammadu Buhari, atual presidente, e o seu rival Atiku Abubakar -, bem como de 360 deputados e 109 senadores, devendo os resultados ser anunciados nos próximos dias.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,25 fev 2019 15:50

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  26 fev 2019 8:22

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.