Autoridades e companhias deixam 737 MAX em terra. Icelandair acompanha decisão

PorExpresso das Ilhas, Lusa,12 mar 2019 16:15

737 MAX 8 da Icelandair
737 MAX 8 da Icelandair

​Um número crescente de países e companhias aéreas decidiram suspender temporariamente os voos do Boeing 737 MAX 8 após o acidente, no domingo, de um aparelho da companhia Ethiopian Airlines deste modelo que provocou 157 mortes.

A Alemanha, o Reino Unido, a Austrália, Omã e Singapura uniram-se hoje a outros países, como a China, a Indonésia, a Coreia do Sul e a Mongólia que, já na segunda-feira, tinham tomado a decisão de proibir nos seus espaços aéreos voos daquele modelo da Boeing.

Entre as empresas que optaram por suspender os voos do Boeing 737 MAX 8 estão a Norwegian, a Aerolineas Argentinas, a Aeroméxico, a brasileira Gol, a indiana Jet Airways e a própria Ethiopian Airlines.

As acções da Boeing caíram na segunda-feira 5,33% na bolsa de valores de Wall Street, fazendo com que a sua capitalização no mercado tenha reduzido em quase 13 mil milhões de dólares. Os títulos do fabricante norte-americano caíram hoje 2% na abertura da bolsa de valores.

A Boeing indicou hoje que irá actualizar o software de controle de voo da aeronave 737 MAX para “torná-lo ainda mais segura” antes de Abril, data limite que a Agência Federal de Aviação norte-americana (FAA, em inglês) impôs.

A empresa com sede em Chicago (Illinois) disse num comunicado que começou a desenvolver uma actualização de software com a FAA após o acidente do avião (mesmo modelo) da Lion Air na Indonésia, em Outubro de 2018, e que irá aplicá-lo à sua frota “nas próximas semanas”.

O Reino Unido foi o primeiro país europeu a suspender os voos do Boeing 737 MAX 8, seguido pela Alemanha.

De acordo com a Autoridade Britânica de Aviação Civil, a decisão foi tomada como uma “medida cautelar” e até o esclarecimento das circunstâncias do acidente com o avião da Ethiopian Airlines.

A proibição, que afecta todos os voos que “descolem, aterrem ou sobrevoem” o Reino Unido, permanecerá “até novo aviso”.

O ministro alemão dos Transportes, Andreas Scheuer, anunciou, entretanto, medida similar, declarando que “a segurança deve sobrepor-se a tudo”.

“Até que todas as dúvidas sejam esclarecidas, ordeno que o espaço aéreo alemão seja encerrado a voos do Boeing 737 Max a partir deste momento”, disse o ministro.

A Tui, maior operadora de turismo do mundo, anunciou hoje a suspensão temporária dos voos dos seus 15 aviões Boeing 737 MAX 8, seguindo as recomendações de várias autoridades aéreas europeias.

As autoridades australianas também suspenderam voos deste modelo da Boeing, tanto em viagens domésticas quanto para outros países.

O diretor executivo da Autoridade de Segurança da Aviação Civil, Shane Carmody, ressaltou que a suspensão estará em vigor enquanto a agência reúne mais informações e analisa os riscos.

Nenhuma companhia aérea australiana usa este modelo da Boeing, mas outras empresas, como a Fiji Airways, voam para o território australiano com esse tipo de aeronave.

Outro estado que anunciou hoje a suspensão temporária dos 737 MAX 8 é Singapura.

A companhia aérea de baixo custo SilkAir, subsidiária da Singapore Airlines, possui seis aeronaves Boeing 737 MAX.

O Icelandair Group decidiu também suspender temporariamente as operações de suas três aeronaves Boeing 737 MAX 8.

Também na Ásia, a companhia aérea indiana Jet Airways parou de voar com seu Boeing 737 MAX. A empresa possui cinco aparelhos desse modelo.

Na América Latina, a Aerolíneas Argentinas, a Aeromexico e a brasileira Gol tomaram a mesma decisão na segunda-feira até que haja informações claras sobre o acidente na Etiópia.

A companhia aérea Cayman Airlines também aderiu à suspensão, assim como a empresa marroquina Royal Air Maroc.

Desde segunda-feira, os voos com o Boeing 737 MAX 8 estão também suspensos pela Administração de Aviação Civil da China, pelo Ministério dos Transportes da Indonésia e pela Autoridade de Aviação Civil da Mongólia.

O Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines despenhou-se no domingo de manhã, poucos minutos depois de ter descolado de Adis Abeba para a capital do Quénia, Nairobi.

O acidente provocou a morte das 157 pessoas (149 passageiros e oito tripulantes) que seguiam a bordo.

As vítimas são de 35 nacionalidades e pelo menos 21 eram funcionários das Nações Unidas, alguns dos quais iam participar numa cimeira dedicada ao ambiente, em Nairobi.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,12 mar 2019 16:15

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 dez 2019 23:21

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