Sobre a retoma dos voos directos entre Angola e Cabo Verde, para o Sal, suspensos em 2016 devido à falta de rentabilidade, Ricardo de Abreu salientou que o reinício acontecerá em Abril próximo, tal como já havia sido avançado por Rui Carreira, presidente da Comissão Executiva da companhia. A rota será operada como escala nos vos para Havana, Cuba.
"Temos o plano para reiniciar a ligação para Cabo Verde agora em Abril. Já em Abril, iniciaremos em princípio a ligação para o Sal", assegurou.
Em Novembro de 2018, os ministros dos Transportes de Angola e de Cabo Verde assinaram, na cidade da Praia, um memorando de entendimento nos domínios dos transportes aéreos e marítimos para "definir e consolidar a cooperação nestes sectores estratégicos para os dois países", prevendo a retoma das ligações aéreas entre os dois países.
Em declarações à Lusa, à margem do lançamento da extensão da 'Operação Transparência para a Costa Atlântica de Angola', Ricardo de Abreu admitiu, por outro lado, que a renovação da frota da companhia aérea de bandeira prevê a aquisição de aviões Boeing 737 MAX8, mas que espera que, até 2022 ou 2023, os eventuais problemas com o modelo do aparelho estejam ultrapassados.
Sobre o processo de privatização, Ricardo de Abreu lembrou que, em Novembro de 2018, o Presidente angolano, João Lourenço, aprovou a transformação da TAAG em sociedade comercial (sociedade anónima), e abertura a investidores estrangeiros.
"Tínhamos inicialmente perspectivado que esse processo estivesse concluído em 2021, mas, face um pouco à dinâmica económica e ao que estamos a fazer do ponto de vista da renovação da frota da própria TAAG, iremos acelerar este processo para que, ainda ao longo de 2019, possamos ter a documentação necessária pronta para se iniciar o convite a entidades eventualmente interessadas na entrada no capital", indicou.
A Lusa noticiou em Novembro passado que a privatização parcial da transportadora aérea estatal angolana TAAG prevê a venda de até 10% do capital social a outras companhias aéreas, nacionais ou estrangeiras, segundo o novo estatuto da empresa.
O documento, aprovado por decreto presidencial de 26 de Novembro, assinado pelo Presidente angolano, João Lourenço, refere que o capital social da TAAG está avaliado em 700.000 milhões de kwanzas (cerca de 2.000 milhões de euros), representado por 2.000 milhões de acções ordinárias.
Sobre a polémica em torno do facto de a renovação da frota da TAAG prever a aquisição de vários Boeing 737 MAX8, idênticos aos que estiveram envolvidos nos acidentes com aparelhos da Lyon Air (em Outubro de 2018) e, mais recentemente, a 10 deste mês, da Ethiopian Airlines, Ricardo de Abreu lembrou que, até chegarem, em 2022 ou 2023, haverá tempo para que os eventuais problemas sejam solucionados.