O México deslocou cerca de 15.000 polícias e militares para a fronteira com os Estados Unidos no âmbito do acordo concluído com Washington para travar a imigração ilegal, anunciou hoje o ministro da Defesa, Luís Cresencio Sandoval.
“Entre a Guarda Nacional e membros do exército, existe um envio total de perto de 15.000 homens para o norte do país”, declarou o ministro durante uma conferência de imprensa na companhia do Presidente Andrés Manuel López Obrador.
Ao ser interrogado sobre a possibilidade de o exército e a Guarda nacional – que integra militares e polícias federais – não apenas interceptarem migrantes durante a sua travessia em território mexicano, mas também proceder à sua detenção quando tentarem atravessar a fronteira com os Estados Unidos, o ministro confirmou essa disposição.
“Considerando que a migração [clandestina] não é um crime, mas um delito administrativo, vamos detê-los e remetê-los à disposição das autoridades” migratórias, indicou o general Sandoval.
Uma foto divulgada pela agência noticiosa AFP no fim de semana junto à fronteira com os EUA suscitou uma vaga de críticas contra o Governo de Obrador.
O registo mostra duas mulheres, acompanhadas por uma rapariga, detidas por membros da Guarda nacional no momento em que se preparavam para atravessar o Rio Bravo, que separa Ciudad Juárez, no México, da cidade de El Paso, nos Estados Unidos.
As forças de segurança procedem regularmente a detenções de migrantes clandestinos em território mexicano, mas é raro que ocorram junto à fronteira com os EUA.
O ministro da Defesa mexicano também precisou que 6.500 homens foram deslocados para a fronteira sul com a Guatemala, para impedir a passagem de milhares de migrantes da América central que procuram alcançar os Estados Unidos, em fuga da miséria e da violência nos seus países.
No final de maio, o Presidente norte-americano Donald Trump ameaçou impor taxas alfandegárias sobre todos os produtos mexicanos importados para os EUA caso o México não adoptasse medidas para travar a vaga de migrantes.
Em 07 de Junho os dois países anunciaram um acordo. Para além do envio de forças policiais e militares para as fronteiras do país, o México comprometeu-se a acelerar o regresso ao país de origem dos migrantes, e enquanto o seu pedido de asilo for teoricamente analisado nos Estados Unidos.
O primeiro balanço desta operação deverá ser estabelecido dentro de 45 dias.