No ataque de domingo contra a população de Saran, ter-se-ão utilizado “armas pesadas”, explicaram as fontes, citadas pela agência espanhola, Efe, que referem que dezenas de pessoas continuam desaparecidas.
A comunidade fula coloca a responsabilidade deste ataque, perpetrado por um grupo não identificado, nos caçadores tradicionais dozos, com quem têm travado um violento conflito étnico.
Várias fontes consultadas pela Efe referem terem existido confrontos e troca de ameaças entre as duas etnias noutras localidades.
Até agora, o Governo do Mali não comentou este ataque.
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, de fora unânime, a extensão do mandato da sua missão no país – Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA) – por mais um ano, colocando a redução da violência intercomunitária como uma das suas prioridades.
As tensões entre fulas e dozos, no centro do país, escalaram há quatro anos, com o conflito a ser maioritariamente impulsionado pela disputa de terras.
De acordo com a MINUSMA, em Março, um massacre conduzido por dozos na aldeia de Ogossagou matou “pelo menos 157 membros de uma comunidade fula”.
Para a MINUSMA, o massacre de março foi “planeado, organizado e coordenado”, e por isso pode ser qualificado como “crime contra a humanidade”.
Além destes conflitos, aquela região enfrenta, desde 2012, uma forte presença de grupos ‘jihadistas’.