Sem o testamento vital, a sua situação tornou-se motivo de debate a propósito do direito a morrer. Durante a última década, a família lutou entre si.
O homem sofreu um acidente de viação em 2008, na sequência do qual ficou tetraplégico e totalmente dependente. Em 2011, os médicos afastaram qualquer possibilidade de melhorias e em 2014 o seu estado foi classificado como vegetativo.
A mulher, com o apoio de seis irmãos e irmãs e de um sobrinho, defendia que se devia pôr fim ao tratamento obrigatório, recordando que Vicente era enfermeiro e sempre disse que nunca seria uma vítima.
Os país, católicos conservadores, e outros dois irmãos, recusavam essa opção, dizendo que o filho "não estava morto, nem transformado em vegetal".
A 2 de julho, o hospital de Reims, em França, na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal, que admitia a hipótese de parar com os tratamentos, anunciou que ia desligar as máquinas que mantinham a vida ao paciente.
Assim aconteceu e Vincent Lambert acabou por falecer esta quinta-feira, pelas 08:24 (05:24 em Cabo Verde), nove dias depois de o suporte de vida ter sido removido.