A Organização dos Países Exportadores de Petróleo revelou esta quinta-feira, em Viena, que este aumento tem como principais impulsionadores as economias chinesa e indiana, durante a apresentação da sua análise mensal.
A OPEP fez as contas tendo por base uma previsão de crescimento da economia mundial para o próximo ano de 3,2%, em linha com 2019, e com expectativa de que não haverá um agravamento da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.
A entidade assinalou, no entanto, alguns factores de risco, como o alto nível de endividamento de alguns países, as consequências do ‘Brexit’ e uma queda da atividade industrial.
Ainda assim, a organização aponta para uma procura de 101,01 milhões de barris por dia em média.
Mesmo que se cumpram as previsões de que o consumo da China cresça menos do que este ano, o país asiático deverá absorver 13% de todo o crude extraído, ficando apenas atrás da Europa, que, mesmo assim, irá consumir menos 0,21%, de acordo com a OPEP.
Os dados recolhidos pela organização apontam ainda para um aumento da procura por parte da Índia, de 3,54%.
Por sua vez, a América Latina deverá consumir, no próximo ano, mais 1,3% de petróleo do que em 2019, principalmente nos setores dos transportes e indústria.
Brasil, Equador, Argentina e Venezuela são os países onde mais irá aumentar o consumo, segundo a apresentação da OPEP.
No que diz respeito ao abastecimento, a OPEP destaca que irá perder quota de mercado no próximo ano, altura em que a sua oferta cobrirá 29% da oferta mundial, face aos 30% previstos para este ano.
A organização recordou ainda que tinha acordado, junto de vários grandes produtores, como a Rússia, prolongar até março de 2020 uma redução voluntária da produção para fazer face a “incertezas” e evitar um excesso de oferta que desça os preços.
Face a isso, os EUA deverão aumentar a sua extração em 9%, para 20,26 mbd, estima a OPEP, recordando que, com a produção atual, as importações de crude do país já caíram 11% no primeiro semestre deste ano.
A Venezuela, por sua vez, assolada por uma crise económica e política, continua a extrair menos crude, sendo que em Junho registou uma queda de 2,13% face a Maio.
O embargo americano, tanto à Venezuela como ao Irão, tem prejudicado a atividade nos dois países, realça a OPEP, indicando que Teerão viu a sua produção cair 6% em Junho.