Durante o discurso de anúncio do laureado, a porta-voz defendeu que o Comité acredita que “é agora que os esforços de Abiy Ahmed merecem reconhecimento e precisam de incentivo” e defendeu que este reconhecimento poderá “fortalecer o primeiro-ministro e o seu importante trabalho de paz e reconciliação”.
Decidido à porta fechada por um comité de cinco pessoas, nomeadas pelo Parlamento norueguês, este era um dos prémios aguardados com maior expectativa desta temporada Nobel, face às especulações sobre o eventual vencedor.
O primeiro-ministro etíope era, nalgumas apostas, o segundo entre os favoritos para vencer o Nobel da Paz. Em causa está o seu trabalho para reforçar a democracia na Etiópia desde que tomou posse, em abril de 2018, com a libertação de presos políticos e a nomeação de um governo paritário, assim como a assinatura dos acordos de paz com a vizinha Eritreia (pondo fim a um conflito de 20 anos).
Na carta de nomeação de Abiy Ahmed, divulgada pelos jornais locais, lê-se que o político de 43 anos é "um símbolo de paz e justiça numa região onde os líderes políticos têm governado pela violência, tirania e violação dos direitos humanos" e por ser "um líder transformacional em equidade e direitos humanos dentro da Etiópia".