"Lamentamos profundamente e, ao mesmo tempo, denunciamos que nos últimos dias fomos vítimas de actos de violência que reflectem intolerância religiosa, racismo e atitudes vexatórias que afectam principalmente os povos indígenas", explicam, em comunicado.
A denúncia surge depois de, na segunda-feira, ter sido roubada e atirada ao rio Tibre esculturas representativas da Mãe Terra que estavam expostas numa igreja próximo do Vaticano.
As esculturas de madeira, que representam uma mulher grávida e nua, foram criticadas por católicos ultra-conservadores, considerando que fazem parte do culto de Pachamama e, por isso, são um símbolo pagão.
As figuras chegaram a Roma no âmbito da iniciativa "Amazónia: Casa Comum", que reúne mais de 30 instituições católicas de vários países da América e da Europa "para acompanhar espiritualmente o Sínodo, compartilhar realidades e tornar visível a experiência da ecologia integral, inserida nas aldeias e nos habitantes da região".
“Advertimos que esses actos podem ser repetidos ou subir de tom", alertaram os representantes na declaração, acrescentando: “a nossa presença e iniciativas sempre foram pacíficas, sempre numa atitude de oração e exigindo a acção do espírito nesse processo sinodal”.
"Não vamos responder a essas atitudes de violência e na fidelidade evangélica reconhecemos e respeitamos a diversidade em outras expressões do encontro com Cristo", disseram.
A nota termina com um apelo para manter "o compromisso e a esperança pela defesa da vida e da Amazónia".
O prefeito da Secretaria de Comunicação, Paolo Ruffini, disse que entrar numa igreja e "roubar uma escultura" é "um gesto que vale por si" e descreveu-o como uma "intimidação", que “não facilita o espírito de diálogo".