Brasil vai aplicar técnica que esteriliza mosquito da dengue

PorExpresso das Ilhas, ONU News,16 nov 2019 11:25

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Doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypt matam 700 mil pessoas por ano
Doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypt matam 700 mil pessoas por ano

Libertação de insectos que não podem multiplicar-se já foi ensaiada em várias áreas do país; Cabo Verde também revelou interesse em implementar iniciativa da Aiea, FAO e OMS

O Brasil vai usar, a partir de 2020, mosquitos estéreis da espécie Aedes aegypt para controlar a reprodução deste agente que transmite doenças como chikungunya, dengue e zika.

O método é usado pela Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, em parceria com o Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

Em declarações à ONU News, o entomólogo Danilo Carvalho, da Aiea, disse que depois de esterilizar os mosquitos machos com radiação, a técnica ajuda a reduzir o número de insectos.

“Esse protejo da técnica de insto estéril tem várias fases. Conforme se vai alcançando essas fases alcança-se um novo nível. O protejo de esterilização do mosquito no Brasil, passou por encontrar uma população de mosquitos locais onde tem interesse fazer a libertação, entender a dinâmica populacional na área e o interesse para libertar e a partir daí iniciar as libertações. O protejo brasileiro tem intenção de começar no próximo ano”.

O Brasil registou um surto de zika em 2015, que foi associado ao aumento de bebés nascidos com microcefalia. O especialista contou ainda que Cabo Verde já fez contratos com a Aiea para a utilização desta técnica.

Para controlar o nascimento de insetos são criadas grandes quantidades de mosquitos machos esterilizados em instalações especiais. Depois, eles são libertados para acasalar com fêmeas que, ao não se reproduzirem, ajudam a baixar a população de insetos ao longo do tempo.

Para realizar esses testes, a Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um guia com recomendações para os países interessados em controlar o Aedes aegypt. A agência já deu luz verde para que a técnica seja usada a nível global.

A diretora geral adjunta de programas da OMS revelou que metade da população mundial está agora em risco de contrair dengue. Soumya Swaminathan afirmou que os esforços para travar este problema ainda não são suficientes.

A especialista destacou que é preciso ter novas abordagens. Para a cientista-chefe da OMS a nova técnica de esterilização é uma iniciativa “promissora”.

Nas últimas décadas, a incidência de dengue aumentou por causa das mudanças climáticas, da urbanização não regulamentada, do transporte, das viagens e da falta de controlo de vetores.

A malária, a dengue, a zika, o chikungunya e a febre amarela afetam 17% do total de pacientes de doenças infecciosas em todo o mundo. Mais de 700 mil pessoas morrem a cada ano.

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Autoria:Expresso das Ilhas, ONU News,16 nov 2019 11:25

Editado porJorge Montezinho  em  17 nov 2019 16:28

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