"Nós registámos, até ao momento, 20 pessoas mortas e 17 outras feridas, algumas das quais foram internadas no hospital", disse o administrador do território de Djugu, Adel Alingi, a um jornalista da AFP.
No dia 12 de maio, pelo menos onze civis já haviam morrido num ataque do grupo armado Codeco na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), confirmou o exército congolês e activistas da sociedade civil.
Os eventos ocorreram ao amanhecer na vila de Roo, localizada no território de Djugu, na província de Ituri, onde os milicianos atacaram os habitantes com facões e espingardas.
"Onze corpos foram descobertos e os feridos foram levados de urgência para o hospital. Alertámos o Exército, mas já era tarde", disse o activista Shabani Awazi, em conversa telefónica, citado pela agência Efe.
O tenente-coronel e porta-voz das Forças Armadas da RDCongo (FARDC), Jules Ngongo, também confirmou os factos, sem avançar com detalhes.
Mais de cinquenta pessoas foram mortas na última semana de Abril em Ituri, uma das três províncias do leste da RDCongo afectadas pela violência, em vários ataques da Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), uma milícia constituída por membros da comunidade Lendu (agricultores cristãos).
Este grupo armado está, também, activo em Djugu, palco de violência com outro grupo étnico, os Hema (comerciantes e pastores), desde o final de 2017 e início de 2018, pela propriedade da terra e poder.
A luta entre Lendus e Hemas remonta ao final dos anos 90, quando as tropas ugandenses presentes na RDCongo para a Segunda Guerra do Congo (1998-2003) decidiram colocar um Hema, grupo minoritário na área, como administrador-chefe da Ituri, uma província muito rica em minerais, principalmente ouro.
Foi então desencadeado o chamado "conflito de Ituri", que provocou 50.000 mortos, segundo dados da ONU, e foi comparado à sangrenta rivalidade entre Hutus e Tutsis no Ruanda.