O conselho municipal daquela ilha do Senegal aprovou no sábado, por unanimidade, uma deliberação para renomear o local como a “Praça da Liberdade e Dignidade Humana”, explicou o autarca, Augustin Senghor, através de um comunicado de imprensa, noticia a agência AFP.
Gorée é um lugar de memória do comércio de escravos na costa africana, integrando a lista dos locais Património Mundial da UNESCO, como ‘símbolo da exploração humana’.
A medida não foi tomada contra a Europa, “longe disso”, realçou à AFP o chefe de gabinete do presidente da Câmara, Mamadu Adama Diop.
Segundo a mesma fonte, a União Europeia “sempre apoiou Gorée” e “há europeus de dupla nacionalidade no conselho municipal”.
A iniciativa agora tomada é uma resposta à “onda de violência racial que a comunidade negra e afro-descendente é regularmente vítima”.
A recente morte do afro-americano George Floyd, no Estados Unidos, asfixiado por um polícia branco quando estava a ser detido, é um dos exemplos, acrescenta o comunicado de imprensa.
Gorée pretende estar “na vanguarda da luta pela erradicação total de todas as formas de racismo, especialmente as dirigidas contra os negros, tal como é a sua vocação enquanto local de memória”.
A inauguração da renomeação da praça será seguida de uma homenagem a George Floyd e às vítimas de crimes raciais, com a ajuda de artistas senegaleses, disse ainda o município.
A data ainda não está definida. O acesso à ilha de 28 hectares, a poucos quilómetros de Dacar, está actualmente restrito devido à pandemia de covid-19.