O projecto foi selado com a assinatura de acordos com a Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (Cepi) – que já participa nos programas Covax, com a Gavi e a Organização Mundial da Saúde (OMS) –, e com o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) e a Africa Finance Corporation, instituição financeira pan-africana.
Os cinco centros de investigação e fabrico de vacinas serão desenvolvidos nos próximos “10 a 15 anos” em cada uma das cinco principais regiões do continente, afirmou John Nkengasong, director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), citado pela agência France-Presse.
O objectivo desta iniciativa passa por fabricar localmente 60% das vacinas utilizadas no continente no prazo de 20 anos, face aos 1% produzidos actualmente.
“Estamos conscientes de que este é um verdadeiro desafio”, disse Nkengasong, no encerramento de uma cimeira virtual de dois dias sobre este assunto.
Nkengasong assinalou a importância de “dar um salto com base na tecnologia do RNA mensageiro” e falou no interesse de Senegal, África do Sul e Ruanda nesta vertente.
O diretor do Cepi, Richard Hatchett, saudou a oportunidade de “reforçar a capacidade de África para prevenir, detectar e responder a ameaças infecciosas emergentes e reemergentes”.
“Vai exigir recursos financeiros adequados, legislação harmonizada em África e incentivos”, defendeu o actual presidente da UA, Félix Tshisekedi, que lançou um “apelo solene à diáspora africana” para ajudar a criar capacidade para o fabrico de medicamentos e vacinas no continente.
A questão da desigualdade no acesso a vacinas em África foi realçada pela pandemia de covid-19.
A OMS África disse que, em 08 de Abril, “menos de 2% das 690 milhões de doses” administradas de vacinas contra a covid-19 tinham sido aplicadas em África.
Até essa data, cerca de 13 milhões de doses foram administradas no continente africano, segundo a OMS.