Este é o primeiro teste eleitoral desde o Brexit e depois do início da pandemia de Covid-19, sendo uma oportunidade para os eleitores não só escolherem os seus representantes mas também manifestarem a opinião sobre líderes dos principais partidos políticos.
Hartlepool, circunscrição detida pelo Partido Trabalhista desde 1964, está em risco de ser arrebatada pelo Partido Conservador, ao qual algumas sondagens dão vantagem.
O assento, deixado vago por Mike Hill, que se demitiu por suspeitas de assédio sexual, já tinha estado em risco nas legislativas de 2019, mas na altura muitos votos de eleitores eurocépticos desiludidos com o 'Labour' foram absorvidos pelo partido do Brexit.
As Câmaras Municipais de West Midlands e de Tees Valley, ambas actualmente controladas pelo Partido Conservador, são outras eleições nas quais o principal partido da oposição apostou forte durante a campanha.
O líder trabalhista Keir Starmer precisa de recuperar o apoio que o 'Labour' perdeu no norte e centro de Inglaterra para os 'tories' comandados por Boris Johnson, mas ele próprio admitiu ser irrealista passar "do pior resultado eleitoral desde 1935 para uma posição de vencer as próximas eleições legislativas no espaço de um ano".
As atenções vão estar sobretudo concentradas na Escócia, onde o Partido Nacionalista Escocês (SNP) vai querer concretizar a maioria absoluta desejada para promover um novo referendo à independência que poderá ter impacto na coesão do Reino Unido.
Porém, além do Partido Conservador, a líder do SNP e chefe do Governo escocês, Nicola Sturgeon, vai competir com o antecessor e antigo mentor, Alex Salmond, que voltou à política ativa com o Alba, um novo partido pró-independência.
No total, vão a votos cerca de 4.650 representantes em 143 municípios em Inglaterra, 13 Presidentes de Câmara Municipal [mayors] eleitos directamente, 39 comissários de polícia e 25 deputados da Assembleia Municipal de Londres.
Os portugueses Tiago Corais, candidato à reeleição para vereador [city councillor] na localidade de Littlemore, em Oxford, e Carlos Castro, em Crawley, sul de Londres, concorrem ambos pelo Partido Trabalhista.
Também vão a votos os 129 deputados da Assembleia regional autónoma da Escócia e 60 deputados da Assembleia regional autónoma do País de Gales, cujo resultado ditará o respetivo Governo.
Os eleitores foram aconselhados a votar por correspondência, mas aqueles que prefiram votar pessoalmente terão de usar máscara, cumprir as regras de distanciamento social e, idealmente, levar a sua própria caneta ou lápis. Devido às medidas de saúde pública e diferentes sistemas de voto, a contagem dos boletins deverá ser mais lenta e os resultados anunciados ao longo dos próximos dias.