Na capital japonesa, numa organização conjunta da GAVI, liderada por José Manuel Durão Barroso, e pelo Governo japonês, através do primeiro-ministro Yoshihide Suga, a cimeira pretende conseguir a ajuda necessária para vacinar 1.800 milhões de pessoas nos países mais vulneráveis.
No encontro, em que são vários os intervenientes que participam por videoconferência, estarão também o secretário-geral da ONU, António Guterres, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o Presidente de Angola, João Lourenço, e o primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi.
"Espero que, com as contribuições, ultrapassemos mesmo, em valores acumulados, o montante de 6.800 milhões de dólares”, afirmou terça-feira o presidente da GAVI em declarações enviadas à agência Lusa.
O ex-primeiro-ministro de Portugal e ex-presidente da Comissão Europeia salientou que, além das vacinas, é também necessário financiar a distribuição, o que em algumas geografias e contextos de guerra ou conflito, se torna difícil.
O projecto precisa ainda de financiamento para apoiar o que se relaciona com diagnósticos, nomeadamente testes e rastreamento, e terapêuticas.
Durão Barroso lembrou que governos, fundações, associações filantrópicas e empresas privadas têm aumentado as contribuições financeiras para o mecanismo de partilha de vacinas COVAX, uma parceria entre a GAVI e a Organização Mundial de Saúde (OMS), com grande parte dos países a anunciar cada vez mais a partilha de doses em excesso.
Portugal comprometeu-se a doar vacinas aos países lusófonos, a Nova Zelândia ofereceu na segunda-feira 24.000 doses a Timor-Leste, França e União Europeia vão doar a países africanos e Espanha comprometeu-se com doações à América Latina.
Nas declarações à Lusa, Durão Barroso defendeu que a comunidade internacional tem de passar a olhar para a saúde pública como um “bem público global” e a “investir na resiliência dos seus sistemas de saúde", defendendo ser “indispensável” uma maior investigação na matéria, com mecanismos de transparência e de alerta e ainda de prevenção e de resposta a futuras pandemias.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.551.488 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,6 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito sexta-feira pela agência noticiosa francesa AFP.