Num texto de opinião publicado pela agência noticiosa Euractiv, Timmermans apontou críticas duras ao Presidente da Bielorrússia e reprovou o desvio do avião da Ryanair, no dia 23 de Maio, que resultou na detenção de Roman Protasevich, jornalista e um dos criadores do canal Nexta, na rede social Telegram.
A União Europeia respondeu ao incidente com a aplicação de sanções à Bielorrússia, como a restrição de voos pelo espaço aéreo bielorrusso e a proibição de voos oriundos do país.
"A reacção da UE a este ultraje foi unida, rápida e clara", defende Timmermans, reforçando que este acontecimento coloca "em perigo" os cidadãos da União Europeia e afecta "directa e negativamente os interesses e segurança dos estados-membros da União Europeia".
O vice-presidente da Comissão defende ainda que a UE deve ajudar os cidadãos bielorrussos, através de bolsas de estudo financiadas por universidades europeias (do programa Erasmus), oferta de empregos e estágios, financiamento de estruturas de apoio psicológico a exilados, entre outros apoios.
Timmermans acusa também o regime de Lukashenko de reprimir as liberdades e os direitos dos cidadãos bielorrussos, comparando os métodos utilizados pelo Presidente com os dos serviços de informações da União Soviética, o KGB.
"O objetivo é claro: atacar o medo em toda a sociedade, mostrando a destruição política, moral e psicológica daqueles que têm a coragem de se manifestar contra o regime", explica Frans Timmermans, que diz que "os bielorrussos estão agora a viver um pesadelo".
O vice-presidente da Comissão Europeia enumerou vários meios que o regime bielorrusso utiliza, desde "julgamentos simulados" e "confissões falsas", até detenções em "instituições psiquiátricas ou campos de trabalhos forçados".
Frans Timmermans concluiu incitando à luta pela liberdade e ao apoio aos opositores do regime ditatorial de Lukashenko, referindo que esta também é uma luta pelos valores da União Europeia.